Carlos Tavares, repórter fotográfico conhecido entre os que lhe eram mais próximos simplesmente por Cat, deixou-nos na madrugada deste domingo (14), aos 53 anos, durante o sono e depois de ter vivido o sonho de ver o seu Benfica sagrar-se tetracampeão nacional.
Com passagens profissionais por Lusa, Primeiro de Janeiro, Comércio do Porto, Norte Desportivo e Impala, mostrava agora as suas qualidades na arte da imagem através da Move Noticias.
Muito mais do que o fotógrafo ficará para sempre na nossa memória o Homem e o Amigo. A notícia da sua partida teve em nós um efeito devastador e o luto que enfrentamos requer um minucioso processo de reconstrução. Aos demais amigos e família, sobretudo à filha, Inês, que partilham este sentimento esmagador e doloroso, deixamos os nossos sentidos pêsames.
O corpo segue na tarde desta segunda-feira (15) para a Casa Mortuária de Fiães, em Santa Maria da Feira, de onde era natural, e o funeral realiza-se amanhã às 17 horas na mesma localidade.
Quem com ele se cruzou durante a vida, certamente ficará para sempre com a imagem do homem alto e sensível, um Bom Gigante que distribuía simpatia e generosidade, tanto a nível profissional como pessoal. A espontaneidade com que viveu foi a mesma que nos deixou nesta partida.
Carlos Tavares era fotógrafo de profissão, mas também um homem (de e) da palavra. Alguns dias antes de entrar no descanso eterno, deixou-nos este poema que partilhamos com eterna saudade.
A gente vai fazendo o que pode
Morrendo o que nos deixam
E vivendo .
E enquanto vamos estando
Vamos sendo
Vamos vivendo
E vamos levando
O que somos
O que queríamos ser
O que vamos ser
No peito
Nos olhos
No nosso canto.
No grito
Que prendemos por respeito
A regras que nos catequatizamos
A leis que nos escolámos.
A gramáticas que nos impuseram
A matemáticas que não souberam explicar.
A línguas que não souberam saber.
Entretanto
Olhas para cima
Observas
E entendes
O que se passa em baixo
Olhas para baixo
Observas
E entendes
O que se passa por cima.
E olhas para ti.
Querias ser o sol.
Se fores sério vês a tua sombra.
Se fores
Já foste.
Não que estejas errado.
Não que não estejas perto.
Estás vivo.
É melhor que estar certo.