A 15 de março de 1972 estreava um dos filmes mais reconhecidos do mundo do cinema. ‘O Padrinho’ (‘The Godfather’) é um drama sobre a transferência oficial das atividades de crime organizado de um grupo para o filho do seu patriarca.
Como chefe da família da Máfia temos Don Vito Corleone (Marlon Brando que recebeu um Óscar pelo papel). O seu filho mais novo Michael Corleone, que tinha acabado de regressar da 2ª Guerra Mundial, foi interpretado por Al Pacino.
Agora que se celebram 45 anos desde a estreia de ‘O Padrinho’, alguns atores e o realizador Francis Ford Coppola juntaram-se para falar sobre o filme e desvendar alguns segredos.
Coppola, Al Pacino, Robert De Niro, Diane Keaton, James Caan, Talia Shire e Robert Duvall assistiram ao primeiro filme ‘The Godfather’ (1972) e a “O Padrinho – Parte II” (1974) junto a outras 6 mil pessoas na noite de encerramento do festival de cinema de Tribeca, no domingo.
Os dois filmes ganharam nove Óscares e a história de como um órfão da Sicília emigrou para os Estados Unidos no início do século 20 e formou a família do crime Corleone tornou-se um clássico do cinema.
“Eu não assisto a esses filmes há anos”, afirmou Coppola. “Tive uma experiência muito emocionante. Tinha esquecido a produção do filme e pensei na história, e a história usou muita família e coisas pessoais minhas”.
O início não foi nada auspicioso. Coppola lembrou que o estúdio hollywoodiano Paramount queria, na década de 1970, fazer um filme “barato e rápido”, que ele próprio quase foi demitido e que não gostaram que tenha escolhido Marlon Brando e Al Pacino.
Marlon Brando foi obrigado a fazer um teste de câmara. Brando, que morreu em 2004, teve vários fracassos após uma carreira bem sucedida na década de 1950 e tinha uma reputação de ser difícil.
“Foi-me dito (por executivos de estúdio) que ter Brando no filme o tornaria menos comercial que ter um total desconhecido”, disse Francis Ford Coppola.
Brando criou a voz áspera, as bochechas macias e os cabelos oleosos para Corleone no teste de tela. No entanto, três semanas depois da filmagem, havia mais problemas.
“Eles (o estúdio) odiavam Brando, achavam que ele murmurava e odiaram o filme … Estava muito escuro”, lembrou o realizador.
O estreante Al Pacino teve que fazer o teste “inúmeras vezes” para o papel de Michael, o filho universitário que se encarregava dos negócios da família Corleone. Os chefes do estúdio o acharam muito baixo e queriam Robert Redford ou Ryan O’Neal no papel.
No entanto, Coppola persistiu porque “toda vez que lia o roteiro, sempre via o seu rosto (de Pacino), especialmente nas cenas da Sicília”.
Pacino disse que, originalmente, queria o personagem do filho Sonny e chegou a pensar que Coppola “estivesse realmente louco” por desejá-lo no papel de Michael. Acabou por ser o responsável das cenas mais memoráveis dos dois filmes e tornou-se um dos atores mais reputados da sua geração.
Já a revelação da esposa de Corleone, Kay (Diane Keaton), de que tinha abortado por causa do horror sobre as atividades criminosas de seu marido foi sugerida por Talia Shire (Connie).
E o gato na cena de abertura de ‘O Padrinho’, fazendo um forte contraste com a sua presença intimidante, foi uma adição de última hora. “Eu coloquei aquele gato nas suas mãos, era o gato do estúdio”, disse Coppola.
Reveja o trailer do primeiro filme: