Deu os primeiros passos enquanto treinador como coordenador das camadas jovens do Benfica, em 1979, e teve no FC Porto o ponto alto da sua carreira, com a conquista de um tricampeonato, entre 2006 e 2009. Ainda em Portugal, também representou, entre outros, o Sporting (2012/13), o que ajuda a provar que a qualidade e o profissionalismo não têm cores clubísticas.
Jesualdo Ferreira celebra esta quarta-feira, dia 24, 71 anos de vida e está cada vez mais perto de atingir os 40 sem interrupções enquanto de treinador de futebol. Agora, como sempre, continua sedento de conquistas e está a alimentar esse ‘vício’ no Al-Sadd, do Catar, mas sem nunca abdicar dos seus princípios. Essa é, de resto, uma das suas imagens de marca e, para muitos, a principal virtude que ostenta.
Foi naquele país do continente asiático que, nos últimos tempos, somou mais dois títulos coletivos ao seu currículo, ao conduzir o seu atual clube à conquista das Taças do Príncipe e do Emir, elevando ainda mais a bandeira de Portugal além-fronteiras.
Respeitado por todos aqueles que com ele se vão cruzando, seja na vida pessoal, como na profissional, em Portugal e no estrangeiro, Jesualdo Ferreira teve de apelar à sua enorme força interior para superar os obstáculos com que se foi deparando até construir a imagem de que goza agora, de homem bem-sucedido.
Natural de Mirandela, cedo percebeu que teria de abdicar do sonho de tornar-se jogador de futebol, devido à falta de jeito. Mas a paixão pelo desporto-rei fê-lo mover montanhas, tendo-se dedicado aos estudos para poder vingar na arte do pontapé da bola.
A prova de que tomou aí a decisão correta, está na carreira que continua a construir com alicerces sólidos e que já o fizeram ganhar diversos troféus individuais. No país que escolheu para prosseguir na sua profissão, por exemplo, acabou de conquistar o título de melhor treinador da época 2016/17.
Surpreendentemente, o reconhecimento das suas qualidades como treinador já surgiram numa fase adiantada da carreira. Jesualdo Ferreira sempre se destacou pelo seu conhecimento do futebol, pela forma como conseguia passar da teoria à prática, mas os grandes títulos do seu currículo só começaram a surgir depois de ter sido convidado pelo amigo Pinto da Costa para assumir o comando técnico do FC Porto, no verão de 2006.
No Dragão destacou-se pelos diversos jogadores que conseguiu potenciar, como por exemplo Pepe, Bruno Alves ou Hulk, só para citar alguns. Isto sem esquecer, pois claro, Radamel Falcao, que considerou Jesualdo Ferreira como o seu “pai futebolístico.”
Daí para cá, o seu trabalho disparou em termos de visibilidade. O professor começou a fazer furor e o registo vencedor fê-lo arrecadar mais um prémio, provavelmente aquele de que mais se orgulha. A sua Mirandela natal fez-lhe uma merecida homenagem, atribuindo-lhe a medalha de ouro da autarquia em março de 2007. “Homem que vingou a pulso na vida”, ficou (bem) inscrito no verso.
Como diz a sempre perspicaz sabedoria popular, “por trás de um grande homem, está sempre uma grande mulher.” Neste caso, falamos da mulher do treinador, Zulmira Ferreira, que já o acompanha, nos bons e nos menos bons momentos, há mais de 25 anos.
Na sempre agitada vida de um treinador de futebol, que já o levou a países tão distintos como França, Marrocos, Espanha, Grécia, Egipto e, agora, Catar, Jesualdo encontrou na mulher o conforto e o apoio necessários para abraçar com sucesso todos os projetos que o vão mantendo ativo e com lugar de destaque na outra paixão da sua vida, o futebol.