O ex-presidente dos Estados Unidos da América recebeu ontem (7), em Boston, o prémio “Perfil Coragem”, atribuído anualmente pela Fundação John F. Kennedy, de forma a prestar uma homenagem pelo trabalho desenvolvido ao longo de dois mandatos cumpridos ao serviço do seu país, enfrentando períodos de forte oposição política.
O prémio foi apresentado por Caroline Kennedy, filha de John F. Kennedy, que representou o seu país na Embaixada dos Estados Unidos no Japão durante a administração Obama. Caroline fez questão de destacar a origem e pertinência deste prémio, assim como a distinção do anterior presidente. “O Presidente Kennedy pediu a uma nova geração de norte-americanos para porem os seus talentos ao serviço do país. Com dignidade e coragem excecionais, o presidente Obama carregou esta tocha, dando aos jovens de todas as origens exemplos que eles podem imitar”.
Embora a homenagem lhe fosse dedicada, Barack Obama fez questão de dividir o reconhecimento com a sua esposa, Michelle, fazendo-lhe uma declaração de amor bem-humorada. “Eu também quero agradecer a Michelle Obama por, depois do mandato, ter continuado ao meu lado”, afirmou. “Porque acho que ela sentiu uma obrigação com o país de permanecer, mas, uma vez que os seus deveres oficiais terminaram, isso não estava claro (se ela continuaria)”, acrescentou, provocando algumas gargalhadas. “Amo minha mulher. Sou-lhe grato, e acredito que foi uma grande sorte tê-la como primeira-dama dos Estados Unidos”.
Ao longo dos seus dois mandatos, o democrata Barack Obama procurou estabelecer um sistema nacional de saúde, o “Obamacare”, que desde 2010 permitiu que cerca de 20 milhões de americanos tivessem acesso a cuidados de saúde que outrora não conseguiriam sem pagar seguros privados. Ao receber o “Perfil Coragem”, o ex-presidente fez questão de recordar essa conquista, pedindo coragem aos membros do Congresso para continuarem a salvaguardar e investir nesse programa de saúde, que não vai ao encontro das vontades da nova administração.
Após se ter retirado da sua atividade política, Obama tem evitado comentar as políticas do novo presidente, Donald Trump, tendo aproveitado esta aparição pública para apelar à coragem de não fazer o que é mais conveniente, mas sim mais correto.
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