Em novembro passado, um grupo de cientistas europeus descobriu que um composto com o nome ‘espermidina’, existente nos queijos curados, ajuda as células a reparar partes danificadas e pode prolongar a vida.
Já em 2009 a substância foi apresentada como a solução para alcançar a eterna juventude celular, segundo um estudo feito por cientistas austríacos.
Agora pesquisadores da Universidade Texas A&M (Texas A&M University) descobriram que a ‘espermidina’ contida em alimentos como queijos envelhecidos, cogumelos, grãos e nozes pode prolongar a vida e prevenir o cancro de fígado e a fibrose hepática, mesmo em pessoas predispostas a contrair essas doenças.
De acordo com o estudo publicado no jornal ‘Cancer Research’, a substância foi introduzida por via oral em ratos de laboratório, do início até ao fim da vida, e percebeu-se que viveram mais do que aqueles que não receberam a substância. O aumento foi até aos 25%.
“Em seres humanos isso significa que, em vez de uma média de 81 anos, as pessoas podem passar dos 100 anos. É um aumento drástico”, afirmou o pesquisador Leyuan Liu. Além disso, as cobaias que receberam ‘espermidina’ tiveram menos cancro de fígado e fibrose hepática, mesmo quando tinham uma predisposição natural para essas doenças.
Os especialistas explicam, no entanto, que para conseguir esses resultados é preciso começar a ingerir a substância o mais cedo possível, de preferência logo que se começa a consumir alimentos sólidos. Nas experiências feitas em animais de idade mais avançada, o aumento da longevidade foi de apenas 10%.
A equipa considera que os efeitos colaterais da ‘espermidina’ serão mínimos, uma vez que aquela é encontrada em alimentos e no próprio corpo humano, tendo sido detetada pela primeira vez no esperma humano, o que deu origem ao seu nome. Os próximos passos passam por testar esse composto em seres humanos, para se certificar da sua eficácia e segurança.
Liu apresentou ainda uma ideia de uso para a ‘espermidina’. “Imagina se colocarmos espermidina nas garrafas de cerveja? Ela equilibraria o álcool e ajudaria a proteger o fígado”, disse.