Quando o primeiro-ministro do Canadá esteve no Vaticano, esta segunda-feira, abordou vários temas no encontro com o Sumo Pontífice. Médio Oriente, terrorismo, liberdade religiosa foram alguns dos assuntos falados na reunião, que durou 36 minutos, entre Justin Trudeau e Papa Francisco e que já tinham sido tratados na cimeira do G7, na semana passada.
Mas o que chamou a atenção dos jornalistas foi o facto de Trudeau ter exigido ao Papa que pedisse desculpas aos indígenas no Canadá pelo papel da Igreja Católica no sistema de ensino daquele país, no qual muitas crianças indígenas foram abusadas durante décadas.
Estes colégios internos foram fundados no século XIX e cerca de 150 mil crianças foram retiradas à força das suas famílias e lá colocadas sob o pretexto de que tinham de ser integradas na sociedade canadiana. Muitas foram abusadas física e sexualmente.
“Disse-lhe como é importante para o Canadá seguir em frente no processo de reconciliação com o povo indígena e sublinhei como poderia ajudar se apresentasse um pedido de desculpas”, referiu Trudeau aos jornalistas depois do encontro, citado pelo ‘The Guardian’.
O governante canadiano disse ainda que convidou o Papa a fazer esse mesmo pedido de desculpas no Canadá. No entanto, no comunicado pela Santa Fé sobre o encontro, não há qualquer referência sobre o assunto.
Trudeau foi ao Vaticano acompanhado pela sua esposa, Sophie Trudeau, depois de participar na cimeira da NATO, em Bruxelas, na cimeira do G7, em Taormina (Sicília), e de ter feito uma visita ao município italiano de Amatrice, devastado pelos terramotos em agosto do ano passado.
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