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Incêndio em Pedrógão Grande: Número de mortos sobe para 57

O número de pessoas que morreram no incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, aumentou para 57, adiantou o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, às 10h00. É uma das maiores tragédias em Portugal dos últimos 50 anos, provocada por um incêndio. A Polícia Judiciária afastou entretanto a hipótese de origem criminosa do incêndio.

Entre as vítimas mortais, 18 foram encontradas em carros e quatro estavam numa outra área junto ao Itinerário Complementar 8.

Outras três morreram por inalação de fumos, indicou o governante, em declarações aos jornalistas junto ao posto de comando, em Pedrógão Grande.

Jorge Gomes disse ainda haver 59 feridos, a maioria civis, 18 dos quais foram para hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto. Há cinco pessoas feridas com gravidade: quatro bombeiros e uma criança.

Ainda está em curso o combate às chamas com 700 homens no terreno. As chamas atingem os concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, com quatro frentes de fogo ativas.

Já o primeiro-ministro afirmou, este domingo, que o incêndio no distrito de Leiria, que matou pelo menos 39 pessoas, terá sido causado por trovoadas secas e que as vítimas estavam todas numa única estrada ou nas suas imediações.

Em declarações aos jornalistas, depois de ter estado reunido cerca de duas horas no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, António Costa, considerou, no entanto, que “é prematuro tirar ilações” sobre o que aconteceu.

Questionado sobre o que terá causado tantas vítimas mortais, respondeu: “Neste momento é obviamente prematuro tirar ilações sobre o que terá acontecido naquele local. Algo de muito especial aconteceu, seguramente, pela dimensão das vítimas que teve. Neste momento, a Polícia Judiciária (PJ) está já no local, a quem compete a investigação, com o apoio da Guarda Nacional Republicana (GNR)”.

O primeiro-ministro adiantou que também o Instituto nacional de Medicina Legal foi acionado e disse que “há que fazer a identificação, e há também que ver as causas”.

António Costa referiu que “todas as vítimas mortais estavam concentradas numa via de circulação ou nas suas imediações”.

Segundo o primeiro-ministro, “os meios que têm estado empenhados têm respondido à generalidade das situações”. “Houve uma situação meteorológica particular a partir das 14 horas, numa extensão entre Coimbra e o norte do Alentejo, com a sucessão de trovoadas secas que terão estado na origem destes incêndios, e que terão gerado fenómenos meteorológicos de grande concentração e violência, como este que vitimou o conjunto destas pessoas”, acrescentou.

A situação em Figueiró dos Vinhos “é caótica” devido ao avanço do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, existindo diversas povoações isoladas pelas chamas e um número indeterminado de feridos, disse este domingo de madrugada fonte do município.

“Há diversas povoações a arder em todo o concelho e as chamas estão a cercar a vila [de Figueiró]”, disse à Lusa a vereadora da Ação Social, entre outros pelouros, da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, Marta Fernandes.

São já várias as entidades portuguesas, e também espanholas, a mostrarem a sua solidariedade com as vítimas e famílias deste incêndio.

Fotos: Redes Sociais