A mudança climática está fazer com que muita gente perca o sono, literalmente. E as noites em claro podem tornar-se ainda mais frequentes, colocando a vida da população em risco.
De acordo com o estudo publicado na ‘Science Advances’, a cada grau que aumenta numa cidade, os moradores podem perder, no total, três noites de sono por mês. Os cientistas revelam que o efeito do aquecimento global no sono será mais crítico no verão e afetará mais os idosos.
Para chegar a esta conclusão, os especialistas recolheram dados da temperatura de 219 cidades americanas e relacionaram com os relatos de noites mal dormidas de 765 mil moradores, entre 2002 a 2011.
Depois construíram 21 modelos matemáticos considerando fatores geográficos e características específicas de cada localidade. O resultado, como previsto, mostrou uma relação direta entre noites mais quentes e falta de sono.
A falta de sono aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade, podendo também limitar a capacidade de responder a estímulos e prejudicar a tomada de decisões.
Segundo o principal autor do estudo, Nick Obradovich, da Universidade de Harvard, as insónias podem dificultar a reparação muscular, comprometer o funcionamento do sistema imunológico, desregular o metabolismo e aumentar o mau humor e a depressão.
“O sono é fundamental para todos os aspetos de nossas vidas, portanto ter o clima a interrompê-lo durante é um problema real e importante”.
À medida que a pessoa está a adormecer, os vasos sanguíneos na pele dilatam e o corpo perde calor. Estudos anteriores mostraram que a temperatura do ar ambiente acima do normal pode evitar a saída de calor do corpo e que a falta de sono está diretamente associada a uma temperatura corporal elevada.