Só o próprio treinador saberá o que lhe ia na alma enquanto transportava a urna do seu pai, Félix Mourinho, nos curtos metros entre o interior da Capela do Socorro, em Setúbal, e a carrinha funerária que levou o falecido na última viagem, rumo ao Cemitério de Nossa Senhora da Piedade.
Apesar do ar de consternação, o que se compreende perfeitamente dadas as circunstâncias, José Mourinho susteve as lágrimas nesse momento de dor e ouviu um forte aplauso dirigido ao seu pai pelos amigos e familiares lá presentes, assim que o caixão deu entrada na carrinha.
Sem conseguir controlar o choro vinha logo atrás a neta de Félix Mourinho, a jovem Matilde, que foi confortada na sua dor pela mãe com o mesmo nome. José Mário, o mais novo do clã Mourinho, também não conseguiu esconder o ar de sofrimento. A união da família será essencial para superar este momento delicado de grande sofrimento.
Na cerimónia, de resto, não faltaram pessoas ligadas ao futebol, como é o caso do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, ou ainda os treinadores de Belenenses e V. Setúbal, Domingos Paciência e José Couceiro, respetivamente, e o antigo futebolista, Pedro Pauleta.
A urna, note-se por fim, vinha envolvida por bandeiras e cachecóis de Belenenses, V. Setúbal e Portugal, as três equipas que Félix Mourinho representou enquanto guarda-redes. Uma situação simbólica, mas que não passou despercebida.
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Fotos: César Lomba
