A invenção é de uma cientista indiana, ciente da falta de segurança – em especial no seu país de origem – que muitas mulheres vivem quando saem sozinhas à rua. E como Manisha Mohan acredita que “não precisamos de guarda-costas, devemos sentir-nos capazes de nos proteger”, criou uma forma que ajuda as vítimas em caso de violação.
Trata-se de um pequeno adesivo colocado na roupa, nomeadamente no soutien, que emite um alerta em tempo real caso o vestuário seja arrancado. “Criamos um projeto para detectar, comunicar e prevenir ataques sexuais em tempo real”, explicou a cientista do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Com o nome ‘Intrepid’, a invenção de Manisha – que considera o ataque sexual uma doença da nossa sociedade e que precisa de cura imediata – pode até ajudar vítimas que não tenham condições de cuidar de si próprias.
“Imagine um cenário em que a pessoa está intoxicada, sem condições de responder, um ataque num campus de universidade ou mesmo um encontro que termine em violação”, exemplifica a criadora, num vídeo partilhado pelo MIT.
Assim sendo, o sistema do Intrepid pode funcionar de forma passiva ou ativa. No primeiro caso, a vítima aperta uma espécie de botão de pânico, acionando contactos de confiança previamente escolhidos.
Já na forma ativa, quando o agressor tentar arrancar a roupa da vítima, o dispositivo soa alarmes, envia a geolocalização da vítima a amigos, liga para um contacto e grava o áudio captado em redor, para que seja usado nos tribunais como prova da tentativa de violação.
E, adianta Manisha, o adesivo é confortável (segundo o feedback de 70 pessoas) e pode ser usado em várias peças de roupa, caso não queira colocar no soutien. Além disso é feito de hidrogel, “não deixa vestígios” e “pode ser lavado [se for parar acidentalmente à máquina] e colocado como um adesivo”.
Para usar o dispositivo, o/a utilizador/a precisa de fazer download no telemóvel de uma aplicação que vem com o Intrepid e inserir os cinco contactos a chamar/enviar mensagem em caso de emergência. O adesivo conecta-se com o telemóvel através de Bluetooth.
“Na Índia, em nome da segurança, muitas vezes as mulheres são alertadas para ficar dentro de casa à noite. Acredito que, ao invés disso, nós deveríamos ter mais segurança. Não precisamos de guarda-costas. Acho que deveríamos ter a capacidade de nos proteger a nós mesmas e sermos capazes de estar sozinhas e em segurança”, salientou Mohan.