As queixas de clientes de operadoras portuguesas têm chegado à Deco desde há duas semanas. Os clientes recebem uma chamada internacional de um número que não conhecem e ao devolverem o telefonema, são vítimas de burla.
Isto porque os burlões dão dois toques à espera que ligue de volta e, se o fizer, ser-lhe-á cobrado o valor de uma chamada internacional que, dependendo do destino poderá oscilar entre 5 a 6 cêntimos por minuto. Pelo menos é esse, para já, o prejuízo que se acredita estar associado a esta burla.
Polónia, Tunísia e Mónaco são alguns dos países de origem deste esquema que tem afetado dezenas ou centenas de clientes de todas as operadoras em Portugal.
O que as operadores aconselham é: não devolva a chamada.
E se achar que bloquear o número é solução, pense duas vezes. É que eles ligam sempre de números diferentes, mas cujos indicativos são: Polónia (+48), Tunísia (+216) e Mónaco (+ 377).
A burla pode ser o que os especialistas chamam de Wangiri, termo japonês que significa ‘one ring and cut’. Ou seja, entidades fraudulentas detentores de números internacionais, incentivam a geração de tráfego através de chamadas fantasmas massivas e aleatórias, recebendo parte da receita do tráfego terminado nesses destinos.
Ainda que não haja para já queixas na Polícia Judiciária, o que as autoridades acreditam é que haja um aumento destes casos. Pois o objetivo da burla é incrementar algo, ou o tráfego e/ou o dinheiro a receber.
Já em fevereiro deste ano, chegavam as primeiras notícias a dar conta de um esquema idêntico. Na altura eram poucos os casos em Portugal, mas muitos os que havia nos Estados Unidos da América.
O esquema implicava fazer uma chamada (desconhecida) a perguntar “consegue ouvir-me?”, e ao respondermos “sim”, os burlões usavam essa confirmação como prova de que a pessoa concordou com encargos e contas extras cobradas nos cartões de crédito ou contas do telefone.
Também dessa vez o conselho das autoridades foi simples: não responda “sim” e desligue as chamadas, caso não saiba quem está do outro lado.