Uma mulher, de nacionalidade portuguesa, residente em Lisboa e de 74 anos, é uma das vítimas mortais do atentado em Barcelona, sendo que o número de mortos também já aumentou para 14.
A informação foi confirmada pela família da mulher à RTP. Também o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas avançou com os mesmos dados. Já a neta, de 20 anos, está desaparecida.
Foi a família que entrou em contacto com o Consulado português em Barcelona a dar conta do desaparecimento das duas mulheres.
Avó e neta aterraram ontem em Barcelona cinco horas antes da tragédia, na quinta-feira, 17 de agosto. Dirigiram-se para um hotel perto das Ramblas e às 16h00 foi a última vez que falaram com os familiares em Portugal.
Como não conseguiam entrar em contacto com as duas depois do atentado, avisaram logo as autoridades. Apesar destas saberem desde ontem destes desaparecimentos, inicialmente não foram confirmadas vítimas portuguesas.
Ainda assim será, ao que tudo indica, a única família portuguesa entre os mortos e feridos.
Esta sexta-feira às 12h00 (hora em Espanha) foi cumprido um minuto de silêncio. O presidente do governo Espanhol, Mariano Rajoy, e o rei Felipe II estiveram na Praça da Catalunha. Depois desse minuto, a multidão presente no local gritou “No tinc por”, que significa “Não tenho medo”, em catalão.
Entretanto começam a surgir histórias de vítimas e sobreviventes deste ataque, reclamado pelo auto-proclamado Estado Islâmico.
Julian Cadman, uma criança de sete anos, de nacionalidade australiana, está desaparecida desde quinta-feira, depois de se ter separado da mãe, que ficou ferida.
Foi o avó do menino, Tony Cadman, de Sydney, que, através do Facebook, anunciou que a criança estava desaparecida. “O meu neto, Julian Alessandro Cadman, está desaparecido. Por favor, partilhem. A mãe de Julian, Jom, foi encontrada e está “seriamente ferida, mas estável”.
De acordo com o jornal inglês ‘The Guardian’, o pai de Julian, Andrew Cadman, disse que tinha falado com o filho horas antes de ter desaparecido.
Um italiano, de 35 anos, morreu à frente dos dois filhos e da mulher. A esposa Martina contou aos amigos que Bruno Gulotta foi atingido quando estava de mãos dadas com o filho Alexandre, de 5 anos. Ela estava com a filha Aria, de apenas um ano, ao colo mas conseguiu puxar o menino e salvá-lo, afirma a imprensa italiana.
Esta vítima mortal ainda não foi confirmada pelo ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, mas já foi avançada pela empresa Tom’s Hardware, onde trabalhava Bruno.
“O nosso colega e amigo Bruno Gulotta foi atropelado e assassinado por um terrorista infame no coração de Barcelona”, informa a empresa no seu site, que menciona as fotos de férias que o jovem, que morava em Legnano, perto de Milão, havia publicado no Facebook: Cannes, Las Ramblas, entre outras.
Já a turista australiana Julia Monaco escapou pela terceira vez em menos de três meses de um ataque terrorista na Europa. A jovem, de 26 anos, estava nas Ramblas quando a carrinha entrou pela rua a atropelar tudo e todos.
Ela também estava no dia dos atentados na London Bridge, em Londres, no dia 3 de junho, quando oito pessoas morreram; e na Catedral de Notre Dame, em Paris, no dia 6 de junho, quando a polícia atirou contra um homem que atacou um agente.
“Num minuto estava tudo bem, e no seguinte era um pandemónio absoluto. Todos começaram a gritar e correr”, contou Julia à rádio BBC 5.
“Fomos forçados para dentro de uma loja. Não tínhamos para onde ir, então fomos forçados a deitar com o rosto virado para o chão e ficamos naquela posição por uns 20 minutos. Estava muito incerto o que estava a acontecer do lado de fora”, descreve.
Apesar do susto, não tenciona deixar de viajar. “Ainda quero viajar pelo mundo. Talvez exista algo errado comigo, mas ainda vou fazer isso”, brincou, referindo-se ao facto de ter superado três situações idênticas.
Fotos: Redes Sociais e site da Tom’s Hardware