A crença é da assistente pessoal da princesa. Jackie Allen, hoje com 53 anos, nunca falou sobre o assunto Diana. Exceto agora.
“Nós conversamos sobre o que ela faria na semana seguinte e do seu programa de outono”, começou por contar a Richard Kay e Geoffrey Levy, que falaram durante meses com amigos próximos da princesa, para fazer um trabalho especial para o ‘Daily Mail’ sobre o 20º aniversário da morte de Diana.
Jackie lembrou o último telefonema que tiveram, a 29 de agosto de 1997. A ex-mulher de Carlos estava a terminar os 9 dias de viagem de iate ao largo da costa de França, Mónaco e Sardenha com Dodi Al Fayed e parecia mais que pronta para voltar a casa.
“Ela ia viajar para Singapura [no outono] para um evento que seria enorme e a Armani desenhou-lhe um vestido. Ela disse o quanto estava ansiosa para chegar a casa, e havia algo na forma como ela disse isso: ‘Estou entediada com isto agora’. É muito uma visão pessoal, mas não acho que ela teria visto Dodi novamente assim que regressasse”, explicou a antiga funcionária, que estava no Palácio de Kensington a receber a chamada.
“Bem, eu sei que ela gostava de homens do tipo mediterrâneo, além do facto de ele ter um iate, helicópteros e esse tipo de coisas. Ela sempre se referia na brincadeira ao príncipe Carlos como ‘o meu primeiro marido’, o que me fazia rir”, continuou.
Diana estava aparentemente feliz, pelo menos nas sete semanas anteriores ao acidente, altura em que viajou com Dodi.
A chegada a Paris foi um frenesim mediático. Especialmente porque se falava que o anúncio do noivado estaria para breve. Amigos dela dizem que não, contrariando assim Mohamed Al Fayed.
O outro rumor é que estaria grávida. Também mentira. Diana estava a tomar a pílula e os médicos que examinaram o seu corpo dizem que essa hipótese é um disparate.
No entanto, o antigo playboy tinha comprado um anel na capital francesa, na tarde anterior ao acidente fatal, e até o mostrou ao mordomo, pedindo-lhe que tivesse pronto champanhe fresco.
Nada disso aconteceu, porque colidiram contra os postes do túnel de Alma quando saíam do hotel Ritz a caminho do apartamento de Fayed, junto ao Arco do Triunfo.
O capelão do hospital Pitié Salpêtrière, Yves-Marie Clochard-Bossuet, estava a dormir quando recebeu o telefonema na madrugada de 31 de agosto. Era daquela unidade hospitalar de Paris.
“Padre, é muito urgente – pode vir aqui ter rápido, por favor?”, pedem-lhe. Ele pergunta quem é e dizem-lhe: “É alguém muito importante… é a Princesa Diana”.
O padre, que tinha estado a ler nos jornais sobre a campanha de minas terrestres, inicialmente não se acreditou. Desligou a chamada e ligou ao hospital para ver se a ligação era genuína. Em poucos minutos ele está a caminho.
“Fui para a cave, para a sala de operações, onde eles estavam a tentar reanimá-la”, lembra o padre Yves-Marie, agora com 67 anos. “Não pude entrar, mas eles deixaram-me esperar no corredor. Cerca de 30 minutos depois, o cirurgião saiu e perguntou se eu era o padre. E disse-me: ‘Acabou'”.
O embaixador britânico em Paris, Michael Jay, já estava no hospital e fez um pedido ao capelão. “Pediu-me para fazer uma vigília ao corpo e fiz. Quando a vi não pensei nela como uma princesa mas como uma mãe de duas crianças. Passei ali o dia até à chegada do príncipe Carlos. Ele estava muito desconcertado”.
Também a mulher do presidente francês da altura, Jacques Chirac, que assim como o primeiro-ministro Lionel Jospin, passaram pelo hospital quando souberam da notícia.
“A madame [Bernadette] Chirac pediu-me que rezasse alto. Ela é católica e queria rezar, por isso pediu-me que rezasse com ela. Penso que disse o Pai Nosso. Ela disse-me que a melhor coisa a fazer era ficar com a princesa até que chegasse o sacerdote anglicano”, continuou o capelão.
E assim foi. E mesmo quando aquele chegou, continuou a rezar, desta vez a pedido do príncipe Carlos que lhe agradeceu o facto de ter ficado ali o dia todo.
A ironia de tudo acresce o facto de há 16 anos, quando Diana ainda era uma jovem babysitter a ser cortejada pelo príncipe Carlos divertia-se a fazer ‘perseguições’ de carro com os fotógrafos que a aguardavam à porta do seu apartamento da altura em Chelsea. “É horrível dizer isto agora, mas ela adorava”, lembrou a sua antiga colega de casa Virginia Pitman, atualmente com 57 anos. “Ela achava naquela altura que era hilariante, uma competição, e quando conseguia meter-se num parque de estacionamento ou numa pequena garagem e os via a passar, era como “SIM!” Mas nós tínhamos apenas 19, 20 anos e era divertido”, realçou.
Anos depois, deixou de ter piada e deixou de conseguir enganar os paparazzi.
Jean Paul e a mulher Gisèle, que vivem em França, receberam uma carta do príncipe William a convidá-los para o serviço memorial em Londres que visava assinalar o 10º aniversário da morte de Diana na Guards’ Chapel, junto ao Palácio de Buckingham.
O casal é nada mais nada menos que os pais de Henri Paul, o motorista da limusina onde morreu a princesa, Dodi e ele próprio. Motorista esse que estava alcoolizado, segundo testes realizados ao seu corpo, e que “tinha bebido o dia todo”, segundo fontes.
Henri tinha 41 anos e não era motorista. Apesar do gesto de “boa vontade” de William e Harry, o casal francês não chegou a ir ao memorial. “Sou um pobre homem com uma reforma pequena”, justificou Jean Paul, ainda destroçado pelo facto do filho ser apontado como o responsável pela morte de ‘Lady Di’.