Depois de ter vivido dias difíceis na sequência do seu internamento e da operação de urgência, a fadista está de luto.
O avô morreu recentemente e o funeral realizou-se na sexta-feira, 8 de setembro. João Remelhe era bastante próximo da neta e por isso Gisela João quis prestar uma homenagem sentida ao seu “bú”, que nunca viu um concerto seu.
“O meu avô e a minha avó sempre foram a referência da relação que eu queria ter, o meu avô a eterna criança que cansava todos de tanta piada que fazia. “És pior c’a canalha Joãozinho” ouvi a minha avó dizer uma vida inteira”, escreveu a cantora na internet.
“O meu avô era muito vaidoso, motivos para isso, sempre foi uma homem bonito e elegante, o charme era natural nele, até hoje quando o vi ali deitado”, descreve Gisela João, que recorda que o avô sempre a deixou, “às escondidas da ‘bó’, comer uma colher de comida de pássaro que era amarela e docinha”.
No post que publicou, Gisela recorda ainda que o avô nunca foi ver um concerto seu. “Achava que ia passar mal e não queria que o vissem a chorar, muito menos eu. A minha bó sempre me contou que quando me via na televisão, ele ia para a varanda mal eu aparecia, a chorar sozinha”, relata.
Apesar dos defeitos (“como todos nós”), o avô “sempre foi perfeito”. “Amo-o sempre e para sempre porque tenho-o gravado em mim da forma mais bonita. Mostrou-me, sem saber, o que é amar e ser amado da forma mais simples e linda. Ensinou-me, sem me ensinar, que rir vale sempre a pena, mesmo que já não queiram ouvir piadas. Ensinou-me, sem saber, o sentido do humor, ensinou-me os múltiplos sentidos das palavras, sem saber que me estava a ensinar”, sublinha Gisela João.
No adeus ao avô, Gisela João lembra o momento em que, no funeral, “parecia que ele ia começar a piscar o olho, como aquele puto que está a fazer de conta que está a dormir”.
Consciente que “lá para o Natal vai custar mais”, a fadista agradece ao avô. “Vou amar como ele amou e deixar-me ser amada como ele deixou”, concluiu.
