Tem quatro quilómetros de diâmetro e deve passar a 7 milhões de quilómetros da Terra esta sexta-feira, 1 de setembro. Estamos a falar do asteróide Florence, o maior a aproximar-se tanto do nosso planeta desde que os registos começaram a ser feitos, o que representa uma oportunidade única para ser estudado.
“Mesmo que muitos asteróides conhecidos tenham passado mais perto da Terra do que Florence, todos eram menores”, disse Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos da Nasa para Objetos Próximos da Terra.
Florence, que segundo as medições do telescópio espacial Spitzer, da Nasa, tem um tamanho de 4,4 quilómetros de diâmetro, passará ao equivalente a 18 vezes a distância entre a Terra e a Lua, portanto não significa nenhuma ameaça.
Mas o volume faz deste o maior asteróide a passar tão perto da Terra desde que foi lançado o programa da NASA para detectar e rastrear os asteróides próximos ao planeta. Além de que o Florence só voltará a passar perto da Terra no ano 2500, por isso é uma oportunidade única de o ver agora.
“Esperamos que Florence, que viaja a uma velocidade de 13,53 quilómetros por segundo, seja um excelente objeto para as observações de radar terrestre”, apontou a NASA.
Segundo os astrónomos, Florence é grande o suficiente para ser visto com pequenos telescópios e inclusive com binóculos, como uma pequena “estrela” muito lenta.
A agência aeroespacial explicou que a passagem do asteróide será aproveitada especificamente para fazer projeções de imagem do sistema de radar de Goldstone, na Califórnia, e do observatório de Arecibo, em Porto Rico, entre outros.
As imagens de radar mostrarão o tamanho real de Florence e também podem revelar pequenos detalhes da superfície. Isto permitirá conhecer melhor o seu tamanho, assim como características de topografia, rotação, textura e a sua trajetória orbital de maneira mais precisa.
Florence, nomeado assim em homenagem à pioneira da enfermaria moderna, Florence Nightingale, foi descoberto em 1981 pelo astrónomo americano Schelte J. Bus, quando trabalhava no observatório de Siding Spring, na Austrália.
Este asteróide é classificado como “potencialmente perigoso” pelo Centro de Planetas Pequenos da União Astronómica Internacional, embora não represente nenhum risco para a Terra.
“Aproximadamente a cada 2 mil anos, um meteorito do tamanho de um campo de futebol atinge o planeta, devastando a área de impacto e os arredores”, afirmou a agência espacial americana.
Sobre os objetos celestes capazes de aniquilar a civilização humana, como o que provocou o fim dos dinossauros há 66 milhões de anos, estes ameaçam a Terra uma vez a cada alguns milhões de anos, acrescentou.
Igualmente raro, o meteoro que provocou importantes danos e deixou mil feridos em Chelyabinsk, na Rússia, em fevereiro de 2013, tinha um diâmetro de 15 a 17 metros e uma massa de 7 mil a 10 mil toneladas. Este objeto libertou uma energia estimada de cerca de 30 vezes a potência da bomba de Hiroshima, partiu as janelas de quase cinco mil edifícios e feriu 1200 pessoas. Na altura, ninguém estava à espera e o mundo inteiro ficou em choque.
A NASA estima que um asteróide do tamanho de um carro atinja a atmosfera da Terra uma vez por ano, mas que se desintegre antes de tocar o solo.
Os asteróides são corpos rochosos que sobraram da formação do sistema solar, há cerca de 4,5 mil milhões de anos atrás. Apesar de haver milhões destes objetos espaciais, a maioria encontra-se num cinturão entre as órbitas de Marte e Júpiter.
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