Esta segunda-feira à noite, o cantor deu uma entrevista à TVI para falar sobre o caso do alegado plágio de 11 músicas, do qual está acusado pelo Ministério Público.
Tony Carreira admitiu que errou; que plagiou três músicas; que nunca creditou quatro canções “em nome de ninguém”; assumiu inexperiência; falou da boa relação que tem com alguns dos artistas das “músicas originais” [expressão sua]; contou que fez um acordo com alguns dos autores e disse estar a ser “alvo de uma pessoa” [outra expressão sua], referindo-se ao nome do autor da queixa no tribunal.
No processo judicial o que está em causa é o facto de Tony Carreira se ter registado como autor de 11 canções e não como adaptador. Ou seja, quem se inscreve na Sociedade Portuguesa de Autores como adaptador ganha 6 a 8% dos direitos de autor duma canção, enquanto um autor ganha 100% dos mesmos. Portanto o que o autor da queixa, e o Ministério Público, alegam é que terá havido aqui lucro indevido.
A entrevista foi vista, seguramente, por muitas pessoas e não apenas pelos fãs. Maria Vieira também a viu e comentou o caso, que há dias está a agitar as redes sociais, ainda que as primeiras ‘desconfianças’ de plágio tenham surgido há já uma década (com insinuações de José Cid pelo meio).
“Vi hoje a entrevista que o Tony Carreira deu no telejornal da TVI sobre as várias acusações de plágio de que é acusado e confesso que me ri como há muito tempo não me ria, porque (como se viu) não tem forma de alguém poder negar o óbvio”, começou por referir a atriz na sua página de Facebook.
“Até eu tive pena do Tony que claramente se apropriou do trabalho, da competência e sobretudo do sucesso alheios em proveito próprio e mesmo tendo em conta que eu nunca apreciei a «música» do artista em causa e que me arrisco a ser crucificada por não concordar com a evidente «usurpação intelectual» do cantor, gostaria de manifestar o meu pesar por este triste episódio que acaba por manchar a carreira do mesmo”, continuou, passando depois a dizer que não é caso único no meio artístico português e passando a exemplificar.
“Mas atenção, tem muita gente fazendo exactamente igual, até actores que em tempos idos levaram à cena peças de teatro que não eram da sua autoria mas que «assinaram» como tendo sido escritas por si próprios e que após terem sido apanhados e desmascarados se continuam a pavonear como sendo «santidades» que nem Jesus Cristo, na Sua Enorme Bondade, poderá perdoar…”, rematou.
Não foi preciso usar o nome Diogo Morgado, pois muita gente percebeu o ataque.
“Por acaso sei de um actor português que andou lá fora a fazer de Jesus Cristo que plagiou uma peça de teatro”, comentou um seguidor de Maria Vieira, ao que esta reagiu com um riso.
O que Maria Vieira se estaria a referir era à peça (O) Pressão, escrita por Diogo Morgado e que foi suspensa por suspeita de plágio, em 2001.
Em causa estavam semelhanças com o filme ‘O Clube’, de John Hughes (1985). Morgado, na altura com 21 anos, admitiu em entrevista à revista ‘Focus’ que “as semelhanças são muito grandes e eu tenho de assumir que me inspirei no filme. Mas vi-o há cinco anos, com os meus pais, e só vi um bocadinho do início”.
Questionado pelo jornalista sobre “o que diria a John Hughes se, algum dia, tivesse a oportunidade de explicar-lhe o sucedido”, o ator foi perentório: “Nem sabia que o filme era do John Hughes… Mas dizia-lhe: “Obrigado pela ideia” e explicava-lhe que, hoje em dia, está tudo inventado. Claro que estas coincidências não podem acontecer assim, por dá-cá-aquela-palha. Mas ninguém me tira da cabeça que a peça é da minha autoria”.