Este texto é dirigido aos homens. As doenças da próstata são muito frequentes e a maioria dos homens desconhece os sinais e sintomas, entre elas a Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP).
Como o nome sugere, a HBP é uma doença benigna, mas uma patologia com um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, com sintomas que perturbam o seu bem-estar, a sua vida pessoal, profissional, social e até relacional na medida em que podem surgir alguns sintomas urinários que podem levar a uma maior frequência urinária e perdas de urina, o que leva à mudança de rotinas.
E o que é? Hiperplasia Benigna da Próstata, sinónimo de Aumento Benigno da Próstata, em termos mais rigorosos, significa que existe um aumento do número de células da próstata, daí a sua designação “Hiperplasia” e não “Hipertrofia” que quer dizer apenas aumento do tamanho, de volume.
Este aumento ocorre naturalmente e são um dos motivos de consulta médica mais frequentes nos homens com mais de 50 anos. Na verdade, cerca de 50 % dos homens com mais de 50 anos têm sintomas sugestivos de HBP, podendo esta percentagem atingir os 80 % nos homens com mais de 75 anos.
Não se conhecem totalmente as causas exatas, daí não existir formas de prevenir. No entanto existe vários fatores que se pensa que contribuem para o desenvolvimento da doença: a idade e a presença de testosterona, a mais importante hormona masculina.
Os sintomas são:
• Dificuldade em iniciar a micção;
• Jato mais fino, fraco, curto e, por vezes, interrompido;
• Gotejo terminal;
• Esforço para urinar;
• Necessidade de urinar com mais frequência;
• Levantar-se várias vezes de noite para urinar;
• Sentir urgência em urinar;
• Ter perdas de urina.
Como se trata?
As queixas mais apresentadas são a necessidade de urinar mais frequentemente, quer de dia (polaquiúria) quer de noite (noctúria); a necessidade de “correr para a casa de banho” para urinar (urgência ou imperiosidade), havendo mesmo risco de perder urina (incontinência urinária), jato urinário fraco; necessidade de fazer “força com a barriga” (esforço abdominal) para urina e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Torna-se, assim, crucial a vigilância e o aconselhamento para minorar o impacto dos sintomas e a prevenir eventuais complicações que venham a ocorrer. Além disso, os doentes devem ser estudados e vigiados para detetar precocemente uma eventual neoplasia prostática.
A evolução e progressão da doença quando não acompanhada e não tratada pode provocar complicações com grande impacto na qualidade de vida e mesmo na sobrevivência do doente.
O tratamento da HBP tem dois pilares fundamentais: os medicamentos e a cirurgia. O objetivo principal do tratamento da HBP é a melhoria destes sintomas, o que se consegue na maior parte dos doentes através de medicação.
Recentemente surgiram novos fármacos para o tratamento desta doença e passaram a estar, também, disponíveis associações de medicamentos diferentes num só comprimido, que permitem um tratamento mais eficaz e adequado a cada doente.
Por vezes, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, nomeadamente em doentes que têm complicações como, por exemplo, cálculos na bexiga, retenção urinária com necessidade de estarem algaliados ou porque não se sentem melhor com a medicação. Estes casos devem ser identificados precocemente pelos médicos de família e referenciados a consulta de Urologia.