A Federação Italiana de Futebol(FIGC) surpreendeu ao anunciar que, nas próximas duas jornais da Série A, serão lidos excertos do diário de Anne Frank nos estádios, na sequência dos cânticos anti-semitas de adeptos da Lazio, contra o racismo e radicalismos.
Conotados pelo radicalismo fascista e de extrema-direita, a claque Irriducibili é uma das mais temidas do mundo e, na véspera da decisão federativa, chocou a Itália ao ter também colado várias imagens da adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto nazi, com a camisola da Roma nas paredes do Estádio Olímpico, a pretexto do dérbi que marcou o último fim de semana.
A ação revoltou o mundo do futebol, originando várias ações. O próprio presidente da Lazio comunicou que vai enviar, anualmente, 200 jovens adeptos do clube ao antigo campo de concentração e extermínio de Auschwitz, construído na Polónia pela Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial. Antes, tinha estado na sinagoga de Roma, onde depositou uma coroa de flores.
“Queremos, uma vez mais, reafirmar a nossa posição com um gesto claro e inequívoco: ninguém pode usar a Lazio. A maioria dos nossos seguidores está ao nosso lado, contra o antissemitismo”, sublinhou Claudio Lotito, acrescentando que os seus jogadores querem aquecer, antes do jogo desta quarta-feira, com o Bolonha, com a fotografia da jovem alemã, que morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, em 1945, estampada numa camisola.
O presidente italiano, Sergio Mattarella, também qualificou de “inumano” e “alarmante” o incidente, apoiando a exclusão definitiva dos seus autores dos estádios. A FIGC decretou ainda um minuto de silêncio antes do início de todos os jogos da primeira, segunda e terceira divisões, altura em que será lido um trecho da famosa obra biográfica.