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Carrilho condenado por violência doméstica contra Bárbara Guimarães

O ex-ministro da Cultura foi condenado, esta terça-feira, a quatro anos e meio pelos crimes de violência doméstica, difamação, injúria, ameaça e denúncia caluniosa. No entanto a pena é suspensa. Terá ainda de frequentar um curso para agressores, de pagar 50 mil euros à ex-mulher e efetuar o pagamento de uma multa de 15 mil euros a Kiki Neves, antigo namorado de Bárbara Guimarães.

Manuel Maria Carrilho ouviu a sentença, lida durante duas horas no Campus da Justiça de Lisboa, sendo que Bárbara Guimarães também esteve presente na leitura de acórdão. O tribunal considerou que o antigo político mentiu ao dizer que a apresentadora espancou o filho Dinis.

A juíza falou ainda da falta de arrependimento do arguido, que tem instrução superior, sabia o que fazia à mulher e nunca se coibiu de expor a sua vida privada nas revistas.

Foi ainda realçada a personalidade cruel e arrogante de Carrilho.

Referiu ainda a juíza que os maus tratos do filósofo contra a cara da SIC eram feitos muitas vezes nas presenças dos filhos, mesmo quando Carlota, com três anos na altura, estava ao colo do pai.

Carrilho nunca se importou que as crianças ficassem traumatizadas, salientou o tribunal, e até terá ‘virado’ Dinis – que vive consigo – contra Bárbara. A perícia ao filho mais velho, na altura com 11 anos, revela que este é muito agressivo, que não respeita a mãe nem a autoridade e que isso acabou por formar a opinião da criança.

Os factos deste processo ocorreram já depois do divórcio entre o casal. O advogado de Carrilho disse aos jornalistas que irá analisar o acórdão e, muito provavelmente, recorrer da decisão, salientando que o que está em causa aqui é a disputa de um antigo casal pela guarda dos filhos menores.

O arguido também falou aos jornalistas à saída do tribunal. “Estou muito tranquilo com o recurso. Neste momento a minha grande preocupação é a Carlota ter uma mãe que anda com 2.8 de álcool no sangue”, disse.

Manuel Maria Carrilho tinha, na véspera de conhecer a sentença, emitido um comunicado a informar que interpôs uma providência cautelar a pedir a guarda urgente da filha mais nova.

Tudo na sequência das notícias que davam conta que a apresentadora estaria sob efeito de drogas, além do álcool, no acidente que provocou a 8 de outubro, que foram já desmentidas pelo advogado de Bárbara, Pedro Reis.

A defesa de Bárbara acredita que Carrilho invocou o argumento falso da droga e avançou com a providência cautelar para ficar com a tutela da filha mais nova “para esconder a verdadeira realidade da situação em que se encontra”.

O antigo ministro é arguido num outro processo, que ainda corre termos e no qual pode mesmo ser condenado a pena efetiva de prisão. Isto porque Manuel Maria Carrilho já tem duas condenações por ameaças a Bárbara Guimarães.