A viver na primeira pessoa a questão da Catalunha, tendo mesmo votado “sim” no referendo pela independência no passado domingo, o jogador do Barcelona foi recebido com hostilidade no primeiro treino pela “Roja”, nesta segunda-feira.
Sob insultos vindos dos adeptos na bancada, que exibiam cartazes contra ele, Gerard Piqué só esteve cerca de 23 minutos no relvado, no regresso à seleção espanhola. Piqué, cabrão, fora da seleção” e “fora” foram algumas das frases que se ouviram mal o craque apareceu.
Apesar da contestação, o futebolista mantém a sua posição, não se coibindo de partilhar notícias sobre o tema no Twitter. Também criticou o Governo e Soraya Sánez de Santamaría, vice-presidente, quando esta comentou a atuação da polícia na Catalunha.
Recorde-se que, por razões de segurança e por não ter sido possível o adiamento, o jogo Barcelona-Las Palmas, no domingo, realizou-se à porta fechada, em Camp Nou. No final, Piqué emocionou-se e, em entrevista, falou na seleção espanhola, não vendo impedimento para não continuar a ser chamado, “porque há muita gente em Espanha que desaprova estes atos e acredita na democracia”.
“Mesmo votando sim (na independência da Catalunha), penso que posso ir à seleção espanhola, pois o meu passaporte e ADN são espanhóis. Ir à seleção não é uma questão patriótica, é ir e dar o máximo. Houve muitos que se naturalizaram e sentiam tanto a seleção como outros. É uma questão de ir e ganhar. Mas se Lopetegui ou a Federação Espanhola entenderem que sou um problema, deixo a seleção antes de 2018”, admitiu, firme na sua posição.