É mais uma prova que o escândalo sexual a envolver o produtor, outrora, todo-poderoso de Hollywood não era propriamente uma novidade naquele meio.
Tanto é que eram várias as pessoas que sabiam e contavam que Harvey Weinstein agredia e abusava sexualmente, sendo que nalguns casos violava, mulheres sob o pretexto de as ajudar a subir na carreira. No entanto ninguém o denunciava publicamente, por medo de represálias. Quer vítimas, quer pessoas que sabiam.
Até que duas jornalistas do ‘The New York Times’ e Ronan Farrow, repórter da ‘The New Yorker’, publicaram a notícia.
Ronan é filho da atriz Mia Farrow e do realizador Woody Allen e está ‘habituado’ a estas denúncias. É que foi ele quem ajudou a relatar o abuso sexual que o seu pai terá concretizado na sua irmã Dylan, quando esta tinha apenas sete anos. A menina terá mesmo sido violada por Woody.
No entanto, o caso rebentou depois da notícia de Jodi Kantor e Megan Twohey ter saído no jornal a 5 de outubro. Dia 10 foi a vez da revista ‘The New Yorker’, sob a mão de Ronan Farrow, apresentar mais queixas de vítimas, devidamente identificadas.
“Numa investigação de 10 meses, 13 mulheres contaram-me que Harvey Weinstein as assediou e agrediu sexualmente. Três alegam violação. As suas histórias são importantes”, contou o jornalista no Instagram, onde partilhou uma montagem fotográfica de Harvey com o vulto de várias mulheres, que quase parece uma imagem dos Óscares (Weinstein foi galardoado várias vezes, mas acabou expulso da Academia).
Ronan revelou que ofereceu a história à NBC, que rejeitou publicá-la, e só depois abordou a ‘The New Yorker’. No seu artigo, o jornalista refere ainda que quase ninguém queria falar, muito menos deixou que os seus nomes fossem usados.
“Weinstein e os seus associados participaram em acordos de não divulgação, pagamentos e acordos legais para enterrar as histórias”, disse.
Duas das atrizes que ousaram enfrentar Weinstein foram Ashley Judd e Asia Argento, que confessaram a Farrow que não falaram antes por medo de que “Weinstein me esmague”.
Por isso Ronan frisou que o que o chocou foi a “cultura do silêncio”, algo que também sempre denunciou no caso contra seu pai.
Entretanto Luc Besson, realizador, produtor e argumentista de cinema francês, também recorreu ao Instagram para dar uma dica a Weinstein, com a ajuda de Cara Delevingne, uma das que contou um episódio estranho que a envolviam assim como ao produtor.
“A diferença entre afeto e assédio”, comentou Luc Besson na legenda, onde surge com a cabeça pousada no ombro da sua atriz de ‘Lucy’.
Fotos: Instagram