A desgraça que vestiu o país de negro nos últimos dias gerou um sentimento de revolta entre os portugueses, que se manifestam nas redes sociais contra as medidas de prevenção do Governo e o combate às chamas.
E, em defesa do futuro, centenas de utilizadores do Facebook querem sair à rua nos próximos dias, com o objetivo de saber o que o Governo vai fazer a seguir, depois de ter ardido tudo e terem morrido 41 pessoas (balanço atualizado às 17h30).
Os eventos de protesto multiplicam-se nas redes sociais. Hoje, 17 de outubro, pelas 19h00, centenas de pessoas tencionam manifestar o desagrado face à situação atual, frente ao Palácio de Belém.
Os motivos são vários e os protestos distintos, há quem esteja “contra a incompetência e desresponsabilização política”, outros que pretendem “mostrar repulsa pelo que está a ocorrer e disso dar conta ao Presidente”.
Quarta-feira, dia 18, pelas 21h00, está agendado um evento pela reflorestação da Serra de Leiria. Também há concentrações agendadas para Coimbra e Braga na sexta feira, dia 20, pelas 18h00.
A maior agitação e aderência esperada refere-se aos eventos de Lisboa e Porto, que decorrem no dia 21, dia de Conselho de Ministros Extraordinário sobre os incêndios.
Está a ser divulgada uma Manifestação Silenciosa Portugal Contra os Incêndios, para o dia 21 de outubro, das 16h00 às 20h00, em Lisboa (Praça Luís de Camões) e no Porto (Avenida dos Aliados). “O futuro começa agora”, lê-se na descrição do evento. São mais de duas mil as pessoas que garantem participar na concentração e cerca de 12 mil os interessados.
No mesmo dia está também agendado um protesto no Porto, “para que as medidas de prevenção de combate a incêndios sejam realmente executadas”, lê-se na descrição da iniciativa. A Manifestação Silenciosa Portugal Contra os Incêndios decorre na Av. dos Aliados, pelas 16h00.
“Basta de permissividade. Vamos à luta por um planeamento de defesa e proteção florestal”, diz o apelo dirigido aos internautas.
Em Viseu, à mesma hora, os protestantes também querem exigir “medidas concretas” ao Governo. Note-se que o distrito de Viseu foi um dos mais fustigados pelos fogos.
Texto: Ângela Lopes
Foto: @DavideManzaneda/Twitter