Procrastinação. Segundo psicólogos, trata-se de uma desordem que envolve adiar tarefas para um momento posterior e, finalmente, fazer no último minuto, ou, às vezes, não fazer. Procrastinação em casos extremos pode levar a um estado de neurose ou mesmo depressão.
Os afetados repetem o mesmo padrão todas as vezes: adiam o que precisam fazer, procurando várias desculpas para justificar a falta de ação. Eles fazem o trabalho no último momento, ou não fazem. Até costumam prometer para si mesmos que nunca mais trabalharão dessa maneira e fazem a mesma coisa novamente. Muitas vezes sentem raiva de si mesmos, culpa e vergonha.
As razões são diferente. Pode ser uma tendência para o perfeccionismo, a falta de autoestima, o medo do sucesso ou de cometer um erro, ou a necessidade de uma espécie de stress alimentado por adrenalina.
Segundo psicólogos, a procrastinação na forma avançada requer terapia.
Mas o ‘Independent’ publicou um artigo citando Adam Grant, professor de psicologia da Universidade da Pensilvânia, que foi um dos primeiros cientistas a avaliar a procrastinação. Ao escrever o seu livro ‘Originals: How non-conformists change the world’, Grant descobriu que as pessoas mais criativas atrasam a execução da ação até ao momento em que a melhor solução vem à mente.
Os procrastinadores mais famosos da história incluem Leonardo da Vinci e Martin Luther King.
“A procrastinação dá-lhe tempo para considerar ideias divergentes, pensar em formas não-lineares, fazer saltos inesperados”, disse o cientista.
Grant identifica-se como um precrastinador (uma pessoa que tem que fazer tudo imediatamente). Num dos seus artigos publicados no ‘New York Times’, ele admite que toda a sua vida acreditou que tudo devia ser feito mais cedo.
“Ao longo dos meus estudos, terminei os meus trabalhos antes do prazo, incluindo a minha tese, que terminei quatro meses antes da data de entrega. Os meus companheiros de quarto brincavam que eu tenho uma forma produtiva de transtorno obsessivo compulsivo”, escreveu Grant.
Na sua opinião, precrastinação é a necessidade de iniciar imediatamente a tarefa e terminar o mais rapidamente possível. E, se para o procrastinador atrasar a ação é a norma, para um precrastinador isso gera um grande stress.
Acontece, no entanto, que as primeiras ideias que vêm à nossa cabeça raramente são criativas. As mais interessantes vêm depois de algum tempo.
Isso pode estar relacionado ao fenómeno da incubação, identificado pela psicologia cognitiva. A incubação é um momento de repouso após tentativas intensivas de resolver um problema.
Aumenta a flexibilidade mental, permitindo a introspecção, ou a compreensão súbita de algo. Com a incubação, livramo-nos dos detalhes sem importância, mantemos os aspetos mais importantes e as lembranças mais recentes têm tempo para se integrar com as mais antigas.
Novos estímulos podem desencadear uma nova maneira de ver o problema ou vemos uma analogia necessária para resolver o problema. Portanto, agora tem desculpas para relaxar. A bem da criatividade.