Esta terça-feira (12), em entrevista à TVI, o demissionário secretário de Estado da Saúde negou qualquer relação de caráter pessoal com Paula Brito e Costa. No entanto, a reportagem divulgou algumas situações de maior intimidade entre os dois.
Durante a entrevista com Ana Leal, Manuel Delgado afirmou que fez somente duas viagens com a até então Presidente da Raríssimas.
“Viajei uma vez para Burgos, por minha sugestão, porque era importante fazermos uma visita ao único centro europeu que na altura havia para tratamento de doentes raros. E viajei outra vez, penso eu, a um congresso onde fiz uma apresentação, uma comunicação, em Buenos Aires”, respondeu.
Ana Leal mostra então os trunfos e revela “uma viagem ao Brasil em que, pelo menos, viajou no mesmo avião que a presidente” e em que “foi tudo tratado pela Raríssimas”, mostrado-lhe uma fotografia comprometedora entre os dois, numa praia no Rio de Janeiro, no Brasil.
“Viajar no mesmo avião não significa que tenha sido pago pela Raríssimas. Eu estava em contacto com a Raríssimas e pedia na altura para eles eventualmente fazerem a reserva. Se calhar porque era mais económico. Não faço ideia porque é que isto foi assim. Provavelmente foi isso que aconteceu. A Dr.ª Paula Brito da Costa disse que esta viagem feita desta maneira é mais económica”, acrescentou.
Em resposta, a jornalista de Queluz foi mais direta e confrontou Manuel Delgado sobre um possível caso amoroso com a Presidente da Associação. “Para além da relação profissional com a doutora Paula Brito e Costa, alguma vez teve algum outro tipo de relação com ela?”, questionou .
“Não”, respondeu o ex-secretário de Estado visivelmente apanhado de surpresa. “Isso é da minha vida privada e a minha vida privada não é para aqui chamada”, acrescentou.
A jornalista não desarmou: “Não é vida privada porque é importante percebermos se o senhor foi favorecido durante as suas funções, por uma associação que é paga com subsídios do Estado”.
“Isso é a sua interpretação”, respondeu Manuel Delgado, que pouco tempo depois da entrevista, pediu demissão do cargo.
Recorde-se que o ex-secretário da Saúde prestou serviços de consultadoria entre 2013 e 2014 e sobre os quais recebeu 63 mil euros.
Foto: Site Serviço Nacional de Saúde, Facebook e frames do vídeo da TVI
