O americano Anthony Senerchia Jr., que inspirou a a campanha do ‘desafio do balde de gelo’ (‘Ice Bucket Challenge’), morreu terça-feira (28) aos 46 anos de esclerose lateral amiotrófica (ELA). O homem que inspirou a famosa campanha viral, lutou durante mais uma década contra a doença.
Anthony foi diagnosticado com ELA, condição também conhecida como doença de Lou Gehrig, em 2003.
Foi incansável pela consciencialização sobre a ELA, sendo classificado como uma “bola de fogo que tentou de tudo na vida”.
“É uma doença difícil e dura quando você está a perder. O seu corpo está a falhar consigo. Mas ele era um lutador… Ele era a nossa luz. Ele fez a nossa vida melhor.”, disse Jeanette, ao ‘Journal News Media Group’.
O ‘Desafio do Balde de Gelo’ foi uma campanha lançada em 2014 para arrecadar dinheiro para pesquisas sobre a ELA. O que poucos sabem é que a iniciativa só ganhou esse propósito quando o jogador de golf Chris Kennedy, que é primo de Jeanette Senerchia, esposa de Anthony, desafiou a sua prima a doar 100 dólares (340 reais) para a ALS Association ou despejar um balde de gelo na sua cabeça.
Em seguida, a campanha ganhou notoriedade mundial e as doações foram revertidas para a ALS Association, graças à luta de Anthony contra a doença.
“O que começou como um pequeno gesto para colocar um sorriso no rosto de Anthony e trazer um pouco de consciencialização para essa terrível doença se tornou um fenómeno nacional e isso é uma coisa com a qual nós não tínhamos nem sonhado”, disse Kennedy à revista americana ‘Time’ em 2014.
O desafio arrecadou 115 milhões de dólares. Parte desse dinheiro foi usado para financiar uma pesquisa que descobriu a existência do gene NEK1, associado à esclerose lateral amiotrófica.
A esclerose lateral amiotrófica danifica as células nervosas do cérebro e da medula, inclusive os nervos motores. Com isso, a capacidade de o cérebro iniciar e controlar movimentos voluntários diminuiu progressivamente.
Em estágios avançados, o paciente pode ter paralisia completa. Segundo o neurologista Acary Oliveira, professor da Unifesp e um dos fundadores da Abrela, pessoas com a doença vivem, em média, três anos e meio a partir dos primeiros sintomas.
No entanto, há casos mais raros de pessoas que conquistam uma longevidade maior. É o caso do cientista Stephen Hawking, hoje com 72 anos. Foi diagnosticado com a doença aos 21 anos.
Foto: Anthony Senerchia Jr. Institute