O início da vida adulta acontece cada vez mais tarde. Esta é a conclusão de um estudo recente que identifica a idade mais avançada com que os adolescentes se casam ou têm filhos como um dos fatores para esta mudança.
A adolescência é uma fase da vida na qual passamos por grandes mudanças a nível hormonal e comportamental, e está geralmente associada ao período de educação, que compreende o Ensino Básico e Secundário.
Agora, um grupo de cientistas australianos e suecos defende que a idade que define o início e o fim da adolescência deve ser alterada, de forma a abranger as pessoas com idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos.
A ideia pré-concebida de que a fase entre a infância e a idade adulta dura entre os 12 e os 19 anos foi agora ultrapassada por um estudo, no qual os cientistas afirmam que afinal a adolescência começa mais cedo e termina mais tarde.
No artigo, publicado na ‘The Lancet’, os investigadores defendem que o alargamento da idade que se entende como “adolescência” permitiria uma aplicação da lei de forma mais adequada.
Os cientistas defendem também que a puberdade começa cada vez mais cedo, devido às melhorias registadas na alimentação, saúde e condições de vida. No entanto, afirmam que os indivíduos iniciam a vida adulta cada vez mais tarde.
Para além de fatores sociais, os cientistas apontam razões biológicas para o adiamento do início da vida adulta. O cérebro, por exemplo, continua a desenvolver-se para lá dos 20 anos, a trabalhar de forma mais rápida e eficiente.
Neste contexto biológico, os cientistas alertam para o perigo de infantilizar os jovens, ressalvando, porém, que o assumir de responsabilidades “associadas à idade adulta”, como o casamento, a paternidade e a independência económica, acontece numa fase mais adiantada da vida.
Segundo os dados de 2016 da Pordata, as mulheres, em 1961, casavam-se aos 24,8 anos, ao passo que os homens casavam-se com 26,9. Atualmente as mulheres em Portugal casam-se, em média, aos 31 anos, e os homens aos 32,8.
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