Nunca em nenhuma altura houve tantas denúncias de assédio sexual e abuso de poder como agora.
O final de 2017 e início deste novo ano ficaram marcados pelo escândalo de abusos sexuais e denúncias que acabaram por originar uma revolução em todo o universo cinematográfico de Hollywood.
E quando se pensa que a polémica fica por aqui as acusações continuam. Desta vez é o conceituado fotógrafo Mario Testino, que costuma fotografar a Casa Real Britânica e trabalha para a ‘Vogue’, que vê o seu nome envolvido.
Segundo a publicação norte-americana ‘The New York Times’, o profissional foi acusado de submeter treze modelos masculinos e assistentes de fotógrafo a “jogos sexuais” e “masturbações” durante as sessões fotográficas. Factos ocorridos na década de 1990.
De acordo com o modelo Jason Fedele, que trabalhou nessa altura para a campanha Gucci, para fazer uma sessão fotográfica com ele “tinhas que estar nu no Chateau Marmon [hotel em Los Angeles, nos Estados Unidos]” pois “todos os agentes sabiam que isto era o que decidia o fim ou avanço da tua carreira”.
Mario Testino negou estas acusações e já fez expressar, através do seu advogado, o seu “choque” e tristeza “com as escandalosas acusações feitas contra mim”.
Este não é o único profissional da área a ver o seu nome envolvido numa polémica deste género.
Também Bruce Weber, autor das provocativas campanhas de Calvin Klein e Abercrombie & Fitch, foi acusado por 15 modelos masculinos de “abuso de poder” e “assédio sexual”.
Segundo os jovens, durante as sessões fotográficas ele pedia que “se despissem” e fizessem exercícios de “respiração”. Enquanto faziam o que lhes era pedido, “Weber pedia-lhes para tocá-lo”.
“Eu lembro-me que ele colocou os dedos na minha boca e agarrou-me pelas nádegas”, contou Robyn Sinclair, que foi modelo para a campanha Abercrombie & Fitch, à publicação norte-americana. E acrescentou: “Nós nunca fizemos sexo, mas muitas coisas aconteceram. Muitos abusos sexuais”.
Entretanto Rebecca Hall, a atriz que interpretou a personagem principal no filme de Woody Allen ‘Vicky Cristina Barcelona’ e que lhe valeu a nomeação para um Globo de Ouro como melhor atriz, anunciou que não volta a trabalhar com o realizador de 82 anos e que irá doar o seu cachet.
Este anúncio, feito pela própria no Instagram, surge pouco depois de ter terminado as filmagens do novo filme de Woody Allen, intitulado ‘A rainy day in New York’, no qual volta a ter um papel de destaque.
Na história, que inclui cenas de sexo entre um homem de meia-idade com aspirantes a atrizes menores, a sua personagem acusa a personagem interpretada por Jude Law de ter tido relações sexuais com uma “concubina” de 15 anos. Já na vida real é a filha do realizador a garantir ter sido vítima de abuso sexual por parte daquele.
A anglo-americana irá doar tudo o que ganhar com o filme, cuja data de estreia ainda não é conhecida, à iniciativa ‘Time’s Up’, criado pelas atrizes de Hollywood para combater o assédio sexual.
Fotografias: Instagram