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Globos de Ouro: Oprah fez “o” discurso em noite sem cor

Já se sabia que a cerimónia de entrega de prémios de televisão e cinema, atribuídos pela imprensa estrangeira em Hollywood, iria ser dominada pelo assunto ‘assédio sexual’. Quer porque elas e eles foram vestidos de preto, em jeito de homenagem às vítimas de discriminação e assédio sexual, quer porque se esperava que os discursos fossem todos em torno disso.

Mas o de Oprah Winfrey, galardoada com o prémio carreira Cecil B. Demille, mereceu até aplausos de pé.

“Quero que todas as raparigas que nos estão a ver agora saibam que há um novo dia no horizonte. E quando esse novo dia finalmente nascer, será por causa de mulheres magníficas, muitas delas que estão aqui nesta sala esta noite, e por causa de alguns homens fenomenais, que lutam muito para garantir que se vão tornar os líderes que nos levarão até ao momento em que ninguém terá de voltar a dizer ‘me too’, ‘eu também’.”

Também o anfitrião da noite, Seth Meyers, abriu os Globos a falar do “elefante na sala”.

“Estamos em 2018. A marijuana finalmente é permitida e o assédio sexual finalmente não é. Considerando tudo o que aconteceu este ano, com homens poderosos e o comportamento terrível que tiveram em Hollywood, muitas pessoas pensaram que seria mais apropriado ter uma mulher a apresentar este prémio. E provavelmente estavam certas. Mas se vos consola, eu sou um homem com nenhum poder em Hollywood”, disse no monólogo de abertura.

“Está na altura de falar do elefante que não está na sala. Harvey Weinstein não está cá esta noite. Porque, enfim, ouvi rumores que ele é louco e é difícil trabalhar com ele. Mas não se preocupem! Ele estará de volta daqui a 20 anos, quando se tornará a primeira pessoa a ser vaiada durante a cerimónia de homenagem póstuma.”

Quanto aos vencedores desta 75º edição dos Golden Globes, o grande vencedor foi “Três Cartazes à Beira da Estrada”.

O drama de Martin McDonagh ganhou o galardão de melhor filme. A comédia negra, que chega a Portugal esta quinta-feira, 11 de janeiro, conta a história de uma mãe desesperada que, sete meses depois do assassinato da filha, sem que a polícia encontre os culpados, decide alugar cartazes na estrada a denunciar a inação das autoridades.

Frances McDormand, a protagonista, recebeu o galardão para melhor atriz.

O prémio de melhor ator em filme dramático foi para Gary Oldman. No campo da comédia, foi para James Franco na película “Um Desastre de Artista”.

Já o galardão para o melhor filme de comédia foi para “Lady Bird”, nas salas portuguesas em abril. A atriz principal, Saoirse Ronan, também levou o globo para casa.

O mexicano Guillermo del Toro recebeu o globo para melhor realizador, com o filme “A Forma de Água” que chega a Portugal a 1 de fevereiro.

Já nos prémios de televisão, a estatueta de melhor série dramática foi para “The Handmaid’s Tale”. Elisabeth Moss, a protagonista também recebeu o globo para melhor atriz.

A minisérie “Big Little Lies” também foi uma das vencedoras da noite.

Fotos: Ramona Rosales/Golden Globes