Gravado em 2016, nos concertos de comemoração dos 25 anos do mítico álbum ‘Só’, o mais recente trabalho de Jorge Palma, intitulado ‘Só ao vivo’, traz com ele alguns dos temas mais marcantes do músico, como são os casos de ‘Bairro do Amor’, ‘Frágil’, ‘Deixa-me Rir’ ou ‘Estrela do Mar’.
Além do CD, este registo também inclui um DVD com as tais músicas ao vivo, funcionando igualmente num jeito de apontamento documental, pois até foi editado no passado mês de dezembro, quando se assinalaram os 45 anos de carreira do artista.
“A propósito do 25.º aniversário da edição de ‘Só’, disco de voz e piano gravado em estúdio como se fosse num recital sem audiência (cada canção interpretada do princípio ao fim, sem interrupções, colagens ou ‘over-dubs’), disco esse que tem vindo a merecer cada vez mais o apreço do público, surgiu a ideia de se realizar uma série de seis concertos com base no mesmo conceito: um grande piano e eu, executando os temas de ‘Só’ e, já agora, muitos outros, desta vez em palco e para vastas audiências”, explica Jorge Palma no livrete que acompanha esta edição.
No que toca ao DVD, além do testemunho do protagonista, esse também conta com sete canções, incluindo a que dá nome ao álbum original. E é precisamente com ‘Só’ que lhe aguçamos o apetite para esta obra de inestimável valor.
Bem menos conhecido pelo público português, mas igualmente repleto de qualidade dentro do seu estilo, está o álbum ‘Long Road To Tiznit’ do guitarrista e cantor inglês Ramon Goose.
Uma longa e sinuosa viagem do artista britânico pela estrada que liga Marrequexe a Tiznit, em Marrocos, teve uma profunda influência no chamado blues do deserto que marca a sonoridade deste que é o quinto álbum de Ramon Goose.
Apesar de refugiados, contrabandistas, perigo e liberdade marcarem este trabalho que saiu para as lojas no passado mês de agosto, a verdade é que grande parte das gravações foram feitas em Londres, em conjunto com a banda do seu protagonista.
Composto por 9 temas, aquele em que mais se nota a influência do espírito do deserto é no que dá pelo nome de ‘Sahara Hands’ e que lhe deixamos aqui para ouvir e apreciar.
Por fim, para encerrar as nossas sugestões musicais passamos para uma banda de culto em todo o planeta. O 14.º álbum de estúdio do grupo de rock irlandês U2 foi lançado a 1 de dezembro do ano passado e dá pelo nome de ‘Songs of Experience’.
Este trabalho de certa forma complementa o álbum anterior. Se em ‘Songs of Innocence’, de 2014, a banda explorou a sua adolescência, na Irlanda, durante a década de 70 do século passado, já o que sobressai deste mais recente trabalho é a maturidade dos integrantes do grupo liderado por Bono.
Bono, de resto, confessou recentemente, em entrevista à ‘Rolling Stone’, que viveu uma experiência próxima da morte, acrescentando que isso o inspirou para as gravações de ‘Songs of Experience’, mas sem especificar qual foi o problema que o tocou.
Com os discursos sobre refugiados, amor e futuro do planeta bem vincados nas letras das canções que integram este trabalho, o grupo também procurou assegurar o seu próprio futuro, juntando o som que lhe é característico a uma produção bem moderna. O tema ‘The Blackout’ é o espelho do que acabamos de escrever.
