Durante os dois dias em que Nicolas Sarkozy esteve detido para interrogatório na Polícia Judiciária de Nanterre, na sequência de alegado financiamento ilícito à sua campanha eleitoral de 2007, a mulher não se pronunciou.
Agora que o antigo presidente de França saiu em liberdade, sujeito a termo de identidade e residência, e acusado de corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha eleitoral e recepção de fundos estatais líbios, Carla Bruni decidiu falar.
Num texto, escrito em francês e inglês, a ex-supermodelo deixa uma mensagem de apoio ao seu “amor” e farpas a quem, segundo ela, o quis denegrir.
“Estou orgulhosa de ti, meu amor. Tu és justo, claro e forte. Tenho orgulho da tua dignidade contra todas as probabilidades e de como estás sempre firme, não importa quão baixos os ataques possam ser”, escreveu no Instagram.
Casada com Nicolas Sarkozy há dez anos, com quem tem uma filha, Giulia, de cinco, a cantora partilhou ainda uma imagem cúmplice dos dois.
Quanto ao ex-chefe de Estado francês, garantiu aos juízes: “Desde o dia 11 de março de 2011, vivo o inferno desta calúnia.”
“Como é que se pode dizer que eu favoreci os interesses do Estado líbio?”, terá dito em interrogatório, de acordo com o jornal ‘Le Figaro’, acrescentando que foi ele quem conseguiu “o mandato da ONU” que levou à queda do regime de Muhammar Kadhafi.
“Sem o meu compromisso político, este regime ainda estaria em vigor.”
A detenção de Sarkozy ocorreu por suspeitas de um possível financiamento ilegal, com origem no regime líbio de Muammar Kadhafi, à campanha eleitoral que resultou na sua eleição presidencial em 2007.
O caso está a ser investigado desde 2013, depois de ter começado a ser tornado público em 2012, através de uma investigação do site Mediapart, que publicou documentos que dizia serem do governo líbio.
Em novembro de 2016, o empresário e intermediário Ziad Takieddine afirmou ter recebido cinco milhões de euros em dinheiro entre o final de 2006 e início de 2007, de Tripoli para Paris, que entregou a Claude Géant e Nicolas Sarkozy, que era então ministro do Interior.
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