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Mãe de Rui Pedro assinala 20 anos: “Peço um momento de silêncio por ele”

Rui Pedro tinha 11 anos quando desapareceu em 1998. O caso do menino de Lousada é conhecido por todos os portugueses, muito também pela luta incessante da família, em especial da mãe, em perceber o que lhe aconteceu de facto.

Afonso Dias, o único suspeito, continua a reclamar inocência.

Hoje, 4 de março de 2018, passam-se 20 anos desde que Rui Pedro desapareceu. Filomena Teixeira, que costuma escrever para o Jornal TVS – Terras do Vale do Sousa, não quis dar uma entrevista nesta data sempre difícil, mas optou por escrever uma carta ao filho.

Transcrevemos aqui essa carta, entretanto publicada no Facebook do Jornal TVS durante esta tarde de domingo.

“ESPERO POR TI DE BRAÇOS ABERTOS PARA UM ABRAÇO BEM APERTADO

A carta de Filomena Teixeira escrita hoje, 4 de março de 2018, 20 anos depois do desaparecimento do filho Rui Pedro, na altura com 11 anos de idade:

20 anos se passaram desde que desapareceste!
E eu com “altos e baixos”, na saúde física e emocional, tive de continuar esta rotina que são os meus dias.
Apenas peço um momento de silêncio por ele, se puderem.
Eu não imagino, aliás, ninguém imagina que alguém esteja preparado para se ficar sem um filho!
Eu não só não estou, como a dor é igual ano após ano e aumenta a saudade e dá-se mais valor às recordações que surgem por tudo e por nada, naturalmente, no dia-a-dia.
Como eras devoto de Nossa Senhora de Fátima, coloco sempre uma vela à frente da tua fotografia, que está junto dela.
Queria dizer-te tantas coisas, pois em 20 anos as coisas mudam, as pessoas, as ruas, tudo…
Como eu queria que estivesses aqui! Mas não estás e tenho de sobreviver à minha maneira esse dia…
Pensar em ti é como respirar, não imagino viver de outra forma, tudo desmoronou e a família teve de se adaptar a esta nova realidade, cada um à sua maneira.
Aos poucos, a vida torna-se numa roda gigante, em que teremos de passar pelas datas comemorativas, suportando-as.
Peço desculpa a todos, os que viveram comigo, pelo que fiz e faço passar devido à tua recordação.
Pedro, sabes, no fundo, ainda sou aquela que acredita em milagres, senão não continuava viva, e espero por ti à porta de braços abertos para um abraço bem apertado.
Adoro-te até à eternidade.
Mãe.”