Na atualidade são poucos os manequins que ficam na memória do público, mas na década de 90 eram menos os que faziam da moda profissão e houve quem se destacasse até aos dias de hoje. Isto porque muitos trocaram as passerelles pela representação e são hoje nomes fortes nas novelas ou outros projetos televisivos de referência.
Por coincidência, a novela da TVI “A Herdeira” foi certeira em juntar alguns dos que se lançaram no universo fashion antes de se afirmarem na representação. Numa espécie de núcleo duro, Sofia Aparício, Paulo Pires, Sofia Baessa, Pedro Lima e Marisa Cruz aproveitam os intervalos das gravações para recordaram os tempos em que a Moda Lisboa ou o Portugal Fashion ainda davam os primeiros passos e eram poucas as agências em Portugal.
Nessas pausas, “a sala de atores” junta os antigos modelos “a lembrar um camarim de passerelle dos anos 90”, como reconhece Paulo Pires que, nessa fase, não se limitou ao território nacional, tendo também trabalhado além-fronteiras, em Tóquio, Milão, Londres e Viena.
Na história escrita por Maria João Mira, contracena agora com Sofia Aparício que ficou conhecida por ser o camaleão da moda, tantas foi as vezes que mudou a imagem, principalmente ao nível de cortes de cabelo e coloração.
Sofia Baessa estreou-se na ficção nacional como Iolanda em “A Única Mulher” também na estação de Queluz de Baixo, depois de “vinte anos muito bons” na moda”. “Comecei por Espanha, depois fui morar para Milão, Paris e Alemanha. A seguir África do Sul, Miami e depois voltei para Paris onde fiquei seis anos”, referiu recentemente, acrescentando que “foi uma luta, mas foi muito bom”.
Para Pedro Lima, o menino bonito que tinha sido nadador de alta competição, as coisas chegaram através de um convite de Ricardo Carriço que era, na altura, relações públicas num bar do Bairro Alto e o convidou para uma agência. Dai até aos desfiles e editoriais primeiro, não tardou até se mostrar como ator.
Miss Portugal em 1992, Marisa Cruz foi a primeira modelo da Face Models, agência fundada por Fátima Lopes. A televisão abriu-lhe as portas como apresentadora, em 2002, com o reality show “Masterplan” e foi no filme “Kiss Me”, a longa-metragem de António da Cunha Telles, que deu os primeiros passos como atriz, em 2004.
Nos dias que correm, todos apostam na representação como foco profissional e não são os únicos a viverem personagens nas novelas que entram em nossas casas depois de terem brilhado na moda. Rita Pereira, Fernanda Serrano, Ricardo Pereira e José Fidalgo são outros exemplos de quem saltou a barreira para viver outros papéis sem falharem no guião.
