Foi uma forma de enaltecer a cultura lusitana. Ao som de uma reinterpretação da canção “Homem do Leme” e com os modelos estáticos a cruzar os braços para fazer o ‘X’ que simboliza a banda, Nuno Gama encerrou em grande o segundo dia de desfiles e o terceiro da ModaLisboa, no Pavilhão Carlos Lopes.
O porquê da homenagem ao fundador dos Xutos & Pontapés, falecido em novembro? Porque “é uma obrigação de todos”, explicou o estilista.
E se o desfile encerrou em grande, o que dizer do seu início? Houve uma invasão de caretos de Podence, de Trás-os-Montes, sendo que durante a apresentação sobressaiu, entre os coordenados clássicos e desportivos, de tons azuis, roxo, bege com apontamentos de cor, a tradicional capa de honra mirandesa, que inspirou outros sobretudos.
A coleção outono/inverno 2018/2019 tinha como tema “O Desejado”. “O Desejado, o Encoberto, o “Papão” e a Procissão ou a negligência humana como socialmente nos organizamos, enquanto erguemos as mãos ao céu, personificando assim tanto o medo como as desculpas das nossas faltas de coragem”.
A partir da força individual e em harmonia, urge restruturar a malha humana de forma a garantir a subsistência desta herança magnífica.
Na 50.ª edição da ModaLisboa e nos 25 anos de Marca Nuno Gama, foi assim reinterpretado algum do ADN do trabalho do criador.
“O casaco continua a ser o menino que embala os nossos sonhos desde criança e voltámos a Miranda do Douro onde tínhamos deixado à nossa espera a promessa da reinterpretação das Capas de Honra”.
“Continuamos a jogar com a oposição e sobreposição de volumes viris de forma a obter poderosas silhuetas dinâmicas e urbanas”.
Veja as fotos da coleção que reafirma o estilo Nuno Gama ao leme da maravilhosa aventura que é a vida humana.
Fotos: Ugo Camera/ModaLisboa e Instagram
