Tinha 13 nomeações e conquistou quatro Óscares, entre eles dois nas categorias principais: Melhor Realizador e Melhor Filme.
“A Forma da Água” foi assim o grande vencedor da noite, assim como o seu realizador – mexicano -, Guillermo del Toro, que consegue levar ao primeiro lugar do pódio, de forma inédita, uma obra do universo do fantástico.
Mas na 90.ª edição dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o destaque foi ainda para Frances McDormand.
A atriz, que venceu sem surpresas na categoria de Melhor Atriz pelo seu papel em “Três Cartazes à Beira da Estrada”, foi curta e direta no discurso.
“Acompanhem-me porque tenho algumas coisas a dizer”, disse a artista que, feito o rol de agradecimentos, colocou a estatueta dourada no chão e pediu às mulheres da sala que se levantassem em nome da diversidade.
Já com o Óscar pousado cuidadosamente no chão, pediu: “Se me derem a honra de ter todas as mulheres nomeadas em todas as categorias a ficarem em pé comigo nesta sala, esta noite… Meryl, se te levantares, todos se vão levantar também”.
De vestido vermelho vivo, Meryl acedeu e seguiram-se as restantes nomeadas. O pedido de Frances estendeu-se, depois, aos atores, realizadores, produtores, escritores e compositores.
“Olhem à volta, olhem, senhoras e senhores. Todos nós temos histórias para contar e projetos que precisamos que sejam financiados. (…) Vou deixar-vos com duas palavras esta noite: “inclusion rider”, prosseguiu.
A expressão diz respeito à crença de que tanto o género como a diversidade racial devem ser requisitos nos contratos de trabalho.
No final do discurso, pegou na estatueta, fez uma vénia e retirou-se ao som de uma valente salva de palmas. Jimmy Kimmel até disse: “o discurso de Frances merecia um Emmy”.
A noite terminou sem nenhum engano no envelope de Melhor Filme, que ficou a cargo, novamente, da dupla Faye Dunaway e Warren Beatty.
Guillermo del Toro, que se tornou no terceiro realizador nascido no México a obter o Óscar de Melhor Filme – depois de Alejandro Gonzalez Iñarritu e de Alfonso Cuarón -, quando subiu ao palco, em Los Angeles, não deixou de verificar o envelope.
“O melhor que a arte faz, e que a nossa indústria faz, é apagar as linhas na areia”, considerou Guillermo del Toro, no discurso de aceitação da estatueta de Melhor Realizador, aludindo à sua carreira internacional e às divisões políticas – e físicas – que têm sido defendidas do lado dos Estados Unidos da América face ao México.
A edição dos Óscares 2018 teve ainda um prémio especial (uma moto de água), o qual foi entregue em pleno palco a Mark Bridges – que levou para casa o Óscar de Melhor Guarda-Roupa.
Lista completa dos vencedores dos Óscares:
Melhor Filme:
“A Forma da Água”
Melhor Realização:
Guillermo del Toro – “A Forma da Água”
Melhor Ator:
Gary Oldman – “A Hora Mais Negra”
Melhor Ator Secundário:
Sam Rockwell – “Três Cartazes à Beira da Estrada”
Melhor Atriz:
Frances McDormand – “Três Cartazes à Beira da Estrada”
Melhor Atriz Secundária:
Allison Janney – “Eu, Tonya”
Melhor Fotografia:
“Blade Runner 2049”
Melhor Argumento Adaptado:
“Chama-me pelo teu nome”
Melhor Argumento Original:
“Foge”
Melhor Filme Estrangeiro:
“Uma Mulher Fantástica”
Melhor Filme de Animação:
“Coco”
Melhor Documentário:
“Icarus”
Melhor Documentário em Curta-Metragem:
“Heaven Is a Traffic Jam on the 405”
Melhor Curta-Metragem:
“The Silent Child”
Melhor Curta-Metragem de Animação:
“Dear Basketball”
Melhor Cenografia:
“A Forma da Água”
Melhor Montagem:
“Dunkirk”
Melhor Caracterização:
“A Hora Mais Negra”
Melhor Guarda-Roupa:
“Linha Fantasma”
Melhor Banda Sonora Original:
“A Forma da Água”
Melhor Canção:
“Remember Me” – “Coco”
Melhor Montagem de Som:
“Dunkirk”
Melhor Mistura de Som:
“Dunkirk”
Melhores Efeitos Visuais:
“Blade Runner 2049”
Imagens: Instagram