Nem só de lágrimas se fez a entrevista da atriz ao ‘Alta Definição’. No programa, emitido este sábado na SIC, Luciana aproveitou a oportunidade para deixar acusações – algumas delas bem fortes – aos próprios pais (com quem não fala) e ao ex-marido (a quem não deixa ver as filhas Lyonce e Lyannii).
“Durante muitos anos sofri de bullying. Durante muitos anos fui chantageada que se eu não fizesse isto ou aquilo que me ia arrepender para o resto da minha vida. Disseram-me mesmo isto: “Vou-te destruir””, contou a dada altura.
Daniel Oliveira perguntou-lhe que tipo de pessoas é que lhe disseram isso. “Muito próximas. Pessoas do meu sangue”, respondeu Luciana Abreu, dando a entender que as palavras partiram da própria mãe ou da irmã, que viviam consigo e que expulsou de casa no final de 2016. “Mas por momentos pensei: ‘Perdido por 100, perdido por mil’. Estou a dar às minhas filhas aquilo que não merecem”.
A entrevista entretanto seguiu outro rumo até que Daniel Oliveira pegou novamente no tema de bullying. “Bullying emocional. Até físico, às vezes. Sou muito carente. Dei comigo a não aguentar mais. A nível emocional, não aguentava mais”, explicou a entrevistada.
A conversa continuou, com Luciana a deixar nas entrelinhas que o afastamento da família foi culpa deles (“eu para deixar alguém para trás na vida, é preciso fazer-me muito”), e que por isso busca nas outras pessoas “o verdadeiro amor”, falando da família de coração, com quem agora vive.
O anfitrião insistiu no afastamento de Luciana e da própria mãe e esta respondeu: “Não vou falar em nomes. Tenho duas filhas e uma delas já lê. Fui ao supermercado e diz a Lyonce, ‘mamã, estás ali numa revista e diz gémeas’. Eu proíbo-as de ler aquilo”.
“Leio e vejo: ‘Uma gémea em perigo de vida’. Estão em perigo de vida e eu não sei?”, exemplificou, dando assim a entender que o que tem saído na comunicação social sobre a sua relação com a mãe e a irmã é mentira.
“Até hoje ninguém soube do motivo pelo qual meti a minha mãe fora de casa. E ninguém saberá”, continuou.
Daí a falarem da infância da cantora foi um passo. E Luciana deu respostas/’revelações’ que até deixaram Daniel Oliveira chocado.
Isto porque a ‘Floribella’ falou do momento mais marcante da infância, deixando no ar que se passou algo bem mais grave.
“O dia em que me disseram: ‘Anda comigo e já voltas’. E estive dois anos incontactável. Tinha 10 anos. Foi dos 10 aos 12. Fui para longe, Daniel. Porque a pessoa em causa me usou para voltar, para ser aceite na família”.
“O que é que uma criança daquela idade não deve ver?”, questionou Daniel, recebendo uma resposta que mais parece de um filme de terror. Ou de um comunicado da Polícia Judiciária. “Violência doméstica, filmes pornográficos. Até aos meus 14 anos que foi quando disse: ‘Eu vou-me embora’. Saí com uma trouxa de roupa de casa. Tinha levado porrada todos os dias”.
“Teve gestos de carinho na infância?” foi a pergunta que se seguiu. “Lembro-me de acreditar que um dia a minha vida seria melhor. E por isso queria ser uma estrela. Porque na minha ideia, se eu fosse uma estrela, era rica”.
Houve ainda tempo para se falar do pai de Luciana, com quem aquela esteve em tribunal devido a processos interpostos por ele.
Respondendo à questão o que diria ao pai se o visse à frente?, a nortenha arrumou o assunto prontamente: “Absolutamente nada. Dificilmente olharia para ele. Só se ele se metesse à minha frente. A única coisa que gostaria, do fundo do meu coração, era que ele me esquecesse”.
Houve ainda tempo para falar da família de coração – “Maria Odete Raposo, a minha madrinha, que me colmatou todas as carências” – e para criticar Yannick Djaló, sem nunca se referir ao nome do ex-marido.
“Sempre foi um sonho meu ser mãe. Queria logo ser aos 17 anos [foi mãe aos 25 e achou tarde]. Agora tenho uma grande família (…) Tenho sido mãe e pai a nível económico. A todos os níveis. Já há muito tempo. Sempre que apareço [nas redes sociais] é com trabalho”, atirou.
‘Lucy’ disse ainda que só lhe faz falta “todos os que me amam. Não interessa se é do sangue, se não é do sangue” e que o melhor que disseram de si foi que é “uma excelente mãe”.
E assim, a uma semana antes do Dia da Mãe, voltou a atirar a ‘deixa’: “Quando uma mulher não nasceu para ser mãe, que não tenham filhos. Há mulheres que não nasceram para ser mães. E há homens que não nasceram para ser pais”.
Imagens: SIC