Entrevistada por Daniel Oliveira para o ‘Alta Definição’, a cantora falou abertamente sobre as gémeas Amoor Viktória e Valentine Viktória, de quatro meses.
As meninas nasceram prematuras, em dezembro passado, e estão a recuperar. Foi essencialmente sobre esse período de dois meses passados na maternidade que Luciana falou.
“Há muita gente que diz que estou magra. A minha magreza foi tal que eu não comia”, contou. “Tinha pele e osso. A minha tristeza era tão profunda. O meu medo de as perder a qualquer momento, desde sempre foi tão grande”.
A vilã da novela da SIC ‘Espelho d’Água’ também recuou no tempo para falar da gravidez. “Começam as crises renais. Dizem-me: ‘Se não vais para o hospital, as tuas filhas morrem'”, recordou.
Questionada por Daniel Oliveira sobre o que pensou na altura, foi pronta a responder: “Que Deus me escolheu para eu cumprir essa missão”.
“Nessa altura estava extremamente frágil. Com a comunicação social, principalmente. Alguns não respeitaram o nosso momento”, continuou, ela que depois de ter tido as gémeas, foi para o Instagram acusar os jornalistas de desrespeito por terem feito notícia com o nome das crianças.
O momento mais duro, entre os dias na maternidade com as filhas na incubadora, e as mais velhas em casa, foi ultrapassado com força extra. “O meu marido andou comigo nos braços”, elogiou. “E com duas filhas mais velhas tive obrigatoriamente de ter uma força maior para que elas não me vissem assim”.
Daniel Souza, segundo disse, foi o primeiro a tocar em Amoor e Valentine, pois Luciana tinha “medo de as magoar.”
“Se eu não as consegui proteger dentro de mim, o que faria agora”, justificou, falando desse tal medo de as magoar. “A imagem mais chocante foi quando lhes tiraram a máscara e a touca. E elas tinham tudo marcado na cara. Aí assolaram-me todos os medos que elas podiam ter em termos de saúde”.
Agora, diz, estão a recuperar. “Estão duas balofas”, brincou. “Ninguém diz o que passaram”.
Luciana confessou que “sempre que deixava o hospital era um sentimento de culpa” por deixar as bebés lá, mas que, como trabalhou desde os 14 anos, foi “habituada desde jovem a suportar tudo às costas”.
“E isso não estava no teu controlo”, disse Daniel Oliveira. “Não e isso foi um choque para mim. Era um sentimento de culpa terrível. Para mim era minha obrigação estar ali 24 horas por dia”, assegurou a entrevistada.
Os dias na maternidade eram passados com Luciana a cantar “a música que cantava para a Lyonce e Lyannii e elas abriam os olhos”.
“Nunca mais serei igual mesmo com elas em casa. Um prematuro vai ser sempre um prematuro”, continuou, admitindo que não se queixa.
“Nunca fui mãe por capricho. Tudo aquilo que posso fazer por elas é sempre pouco. Mãe é aquela profissão a mais complicada, destemida, intensa e a única que não é remunerada”.
“Só se é feliz quando há desilusões. É a vida. Depende de ti arrastares ou largares o que não interessa. Estou habituada a que me cortem as pernas e agora não me cortam mais”, argumentou a atriz e cantora.
“A exposição mediática é um cancro. Se pudesse abdicar disto para fazer o que mais amo: cantar, dançar, fazer rir (…) As pessoas não me conhecem. Têm uma ideia completamente errada da minha vida”, rematou.
Imagens: SIC
