‘Resistance Is Futile’ é o 13.º álbum de estúdio da banda galesa de rock Manic Street Preachers, lançado pela Columbia Records neste mês de abril.
Uma fotografia de Franz von Stillfried-Ratenicz chamada “Samurai Warrior 1881” adorna a capa do disco. Trata-se de um instantâneo de um dos últimos guerreiros da sua espécie.
Muito parecido com o título do disco em si, é talvez símbolo da aceitação da derrota ou mesmo de incentivo ao ‘combate’. Os temas que compõem o álbum dão a ‘resposta’.
“As pessoas ficam cansadas, as pessoas envelhecem – as pessoas são esquecidas, as pessoas são vendidas”, canta James Dean Bradfield na abertura de ‘People Give In’.
Segue-se o tributo de ‘International Blue’ a Yves Klein, cheio de energia e esperança, enquanto ‘Dylan & Caitlin’, com The Anchoress, transforma a escuridão do romance alcoólico de Thomas numa homenagem a ‘Don’t Go Breaking My Heart’, de Elton John.
Nicky Wire sugeriu que ‘Resistance Is Futile’ é “ou uma nova era ou o fim”. E no caso deles, foi mesmo um erguer das cinzas.
A nossa sugestão desta semana vai para o tema ‘Distint Colours’ que, a par de ‘Broken Algorithms’, lamenta como a cultura se tornou transitória, com as redes sociais e ‘fake news’ a dominar tudo. E é esse o verdadeiro foco do álbum.
A resistência pode ser fútil, mas os Manics continuam a avançar.
A banda norte-americana ‘Thirty Seconds to Mars’ esteve para vir a Lisboa na semana passada, mas “devido a compromissos inadiáveis nos EUA”, o concerto foi adiado para setembro, marcando também um espetáculo para Braga.
Será assim o 10º e 11º concerto do grupo, liderado pelo ator oscarizado Jared Leto, e o primeiro desde 2013.
A expectativa nos fãs é grande, falando-se num possível fim da banda, mas o facto é que o novo disco fala, isso sim, de mudança.
Com o devido título ‘America’, o quinto álbum de originais, editado no início deste mês de abril, serviu para os 30 Seconds se reinventarem.
E como muitos artistas em 2018, os músicos sentiram-se compelidos a fazer um disco politicamente carregado inspirado pelo atual estado da América.
Em ‘Walk of Water’, primeiro single e que aqui destacamos, isso é bem visível. O vídeo foi gravado no 4 de julho, dia da independência dos EUA, de forma a mostrar como é um dia na América.
A letra – Jared Leto nunca foi o mais completo letrista – é simples: “Can you even see what you’re fighting for?/ Blood lust in a holy war/ Listen up, hear the patriots shout/”Times are changing”” (Consegues ver pelo que estás a lutar?/Luxúria de sangue numa guerra santa/Escuta, ouve os patriotas a gritar/”Os tempos estão a mudar”).
“Acreditas que podes andar na água?/Acreditas que podes ganhar esta luta hoje à noite?”, pergunta o vocalista, sendo que o refrão, em termos musicais, é idêntico a ‘Radioactive’ dos Imagine Dragon.
Após vencerem o Red Bull Music Culture Clash, os Paus lançaram o quarto e novo álbum a 6 de abril.
‘Madeira’, com o primeiro single homónimo, não é apenas um disco. É também um videodisco, um vinil e uma homenagem à ilha e aos seus ilhéus.
Ao longo das nove canções e vídeos, vemos e ouvimos um dos maiores grupos da música alternativa portuguesa em viagem e em casa.
“Quando existe amor, uma ilha basta”, dizem nos concertos.
A ideia de uma ilha que flutua, na interceção das Américas, África e Europa, pareceu-lhes um retrato fiel do som que os Paus estavam a ouvir. E é a forma como olham para a Madeira e para si próprios, enquanto plataforma criativa.
Composta e escrita por Hélio Morais, Makoto Yagyu, Fábio Jevelim e Joaquim Albergaria, precisamente todos os elementos de Paus, ‘Madeira’ mostra que aqueles só precisam mesmo de um baixo, teclados e uma bateria siamesa. E basta.