Escolher o lugar certo pode ser a maneira mais simples de se manter saudável durante um voo, de acordo com um novo estudo publicado na revista ‘Proceedings of National Academy of Sciences’.
Os pesquisadores da Universidade Emory e do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, uniram forças para investigar quais são as “rotas” mais prováveis para germes transmitidos por alguém tossindo ou espirrando numa aeronave.
Segundo o ‘The New York Times’, os cientistas realizaram cinco voos de ida e volta de Atlanta para as cidades da Costa Oeste, quatro deles durante a temporada de gripe. Cada um dos voos teve 14 pesquisadores a bordo para observar passageiros e tripulantes.
Ao todo, eles registaram os movimentos de 1540 passageiros e 41 tripulantes. Durante as viagens, eles observaram quais pessoas eram mais ativas e como os indivíduos estavam posicionados em relação a um passageiro doente a bordo.
Eles também coletaram 229 amostras de ar e superfície em todos os voos e nenhuma delas mostrou evidência de qualquer um dos 18 vírus respiratórios comuns.
As observações revelaram um “mapa” detalhado dos movimentos dos passageiros: pessoas nos assentos do corredor tendem a ter maior probabilidade de se movimentar.
“A proximidade ao corredor também foi associada ao movimento. Cerca de 80% dos passageiros em assentos no corredor se levantaram durante os voos, em comparação com 60% dos passageiros em assentos centrais e 40% em assentos de janela. Os passageiros que deixam os seus assentos ficam fora por 5 minutos, em média”, afirmou Vicki Stover Hertzberg, pesquisadora e professora de enfermagem da Universidade Emory, em nota.
A trajetória da infeção dos germes parece ser bastante estável. Como era de se esperar, as pessoas que se sentam mais perto de um indivíduo que tosse e espirra são as mais propensas a pegar os microrganismos dispersos.
“Somente a tripulação e os passageiros em dois assentos laterais ou numa fila [na frente ou atrás do passageiro infetado] provavelmente estarão em contacto com os germes. A transmissão direta da doença fora da área de um metro do viajante infetado é improvável”, disse Howard Weiss, co-autor da pesquisa, que revelou que é possível que um passageiro doente infete outros dois viajantes.
É menos provável que um passageiro seja infetado por um membro da tripulação, já que eles são menos propensos a ir trabalhar quando estão doentes. Mas se um membro da equipa tiver gripe, por exemplo, é possível que ele infete uma média de 4,6 passageiros.
Isso porque, segundo os cientistas, cada membro da tripulação esteve em contacto com passageiros por 67 minutos, tornando mais provável que um comissário de bordo doente distribua germes, caso não sejam cuidadosos.
No entanto, os grandes focos de germes são as superfícies com as quais se entra em contacto quando a bordo de um avião, como mesas de bandejas, fivelas de cinto de segurança e puxadores de portas de casas-de-banho.
Mas esse perigo pode ser minimizado se os passageiros e as tripulações higienizarem as mãos com álcool em gel, desinfetante para as mãos e lenços humedecidos que podem ser levados na bagagem de mão e mantiverem as mãos longe do nariz e dos olhos.
Fotos: Instagram/Floyd Mayweather