“O Jardim” de Cláudia Pascoal e Isaura não vingou e, numa primavera a meio gás, ficou no último lugar da 63.ª Edição do Festival da Eurovisão da Canção que foi conquistado pelo “Toy” de Netta Barzilai. Israel somou 529 pontos, entre as votações dos júris nacionais e do público, tendo sido também neste último caso o favorito.
A excêntrica cantora de Hod HaSharon começou por ser favorita, mas a certa altura a tendência virou para a concorrente do Chipre, e foi mesmo entre as duas que se centrou o suspense final. Netta levou a melhor e recebeu o troféu, o tão desejado microfone de cristal, das mãos de Salvador Sobral, o vencedor do ano passado e que, durante a semana, lhe fez comentários depreciativos.
Numa entrevista, o intérprete de “Amar pelos Dois” – que subiu ao palco e voltou a encantar o público – chegou a descrever a canção israelita como “horrível”, acabando por “engolir o sapo” num desfecho que o contrariou. Netta manteve o que tinha partilhado nas redes sociais, sublinhando que só tem “amor por ele”.
“Disse sempre desde início que comparar géneros musicais é engraçado. Comparar músicos é um pouco peculiar. Quando era favorita [nas casas de apostas] sempre referi isso. Acredito na autenticidade e o meu objetivo é tocar o máximo de pessoas possível com a minha canção”, referiu a vencedora, desculpando-se pelo inglês.
A jovem chegou à capital portuguesa depois de ter sido a melhor no concurso israelita que “dura quase cinco meses” e é uma espécie de “reality show” no qual participou por se sentir “em dificuldades”, ainda longe de imaginar que iria chegar ao topo. E foi com uma letra em inglês, com versos em hebraico, que Netta, de 25 anos, evocou o empoderamento das mulheres e levou a melhor.
Num espetáculo brilhante, com muita emoção à mistura, Cláudia Pascoal e Isaura assinaram a pior prestação portuguesa desde que existem semifinais e que o nosso país garante presença na etapa derradeira. No total, a dupla de “O Jardim” recebeu 39 pontos, 18 dos quais atribuídos pelos espectadores.