Dizem os entendidos que, em vez de se concentrarem em padrões de belezas, as pessoas deveriam focar-se em nutrição, atividade física e bem-estar.
Se está a experimentar novas dietas “malucas” e a tentar emagrecer, provavelmente está a fazê-lo por algum padrão de beleza ou norma imposta pela sociedade.
Por outro lado, de o objetivo é ficar saudável, os especialistas pedem que comece a rejeitar agora mesmo a noção de perder peso – é muito melhor focar-se na nutrição, atividade física e outros comportamentos que trazem bem-estar, como dormir bem.
Por outras palavras, embora perder peso possa ajudar algumas pessoas a ficarem mais saudáveis em determinadas situações, não é nem de longe o fator que mais importa no bem-estar geral.
“O excesso de peso e a obesidade são ameaças graves à saúde. Mas o número na balança é apenas um indicador de bem-estar. Não importa o peso, pode melhorar a sua saúde ao ser fisicamente ativo, ter uma dieta saudável e não fumando”, explica Walter Willett, professor de epidemiologia e nutrição na Universidade Harvard, nos EUA.
Tentar ativamente controlar o peso pode ser uma tática efetiva para algumas pessoas, mas para outras pode ser totalmente destrutivo.
Um estudo de 2005 publicado no ‘American Journal of Clinical Nutrition’ observou que apenas cerca de 20% das pessoas com sobrepeso são bem-sucedidas na perda de peso a longo prazo.
O que acontece a todas as outras que tentam, mas não conseguem emagrecer ou engordam de novo no final da dieta?
Muitos indivíduos acabam por entrar numa luta perpétua com o seu peso, sempre preocupados com dietas e insatisfeitos com os seus corpos. Isso pode conduzir a depressão. Alguns acabam até por desenvolver distúrbios alimentares.
Segundo diz ao ‘Washington Post’ a nutricionista Ellie Krieger, um dos maiores problemas à volta da questão de perder peso é a pressão da sociedade profundamente tendenciosa, na qual a discriminação é a norma.
Embora uma posição “anti-dieta” seja muitas vezes necessária, uma desvantagem é que, para alguns, significa a rejeição de qualquer conversa sobre saúde, envolvendo peso ou não.
Segundo Rebecca Scritchfield, especialista em nutrição e dieta, e autora do livro “Body Kindness”, “se expandirmos a visão da saúde além do peso ou da aparência, todos seremos livres para procurar saúde de forma individual”.
Tendo isso em mente, o primeiro passo deveria ser abandonar a perda de peso enquanto objetivo e, em vez disso, procurar adotar comportamentos saudáveis e significativos, capazes de trazerem bem-estar físico e mental.
Sandra Aamodt, neurocientista e autora de “Why Diets Make Us Fat”, explica que muitos dos problemas de saúde que associamos à obesidade são realmente uma consequência de não nos exercitarmos o suficiente. “É uma loucura que, enquanto sociedade, escolhemos concentrar-nos na perda de peso em vez de melhorar a aptidão física e a nutrição, que são mais fáceis e importantes”, afirma.
A neurocientista sugere que as pessoas tenham metas concretas e positivas de bem-estar: “Sente-se e faça uma lista das coisas que gostaria de fazer e não pode fazer agora, por exemplo andar sem perder o fôlego, carregar o sobrinho nas costas por alguns minutos ou correr cinco quilómetros. Tenha um objetivo para o qual trabalhar”.
Para Jessamyn Stanley, autora de “Every Body Yoga”, foi o ioga que fez com que prestasse atenção à forma como os alimentos afetam o seu corpo. Ela sentia-se mais confortável e com mais energia quando comia bem.
É esse tipo de motivação interna e pessoal que pode realmente manter-se ao longo do tempo.
“As pessoas fazem todas essas mudanças comportamentais e depois desistem porque não perderam peso. Quando define a saúde em termos de peso, esse é o risco que corre”, explica Aamodt.
Em resumo, em vez de tentar emagrecer, liberte-se dessa pressão externa da sociedade e procure o verdadeiro bem-estar.
Scritchfield sugere que faça mudanças que importam para si, mas por razões que vão além do peso, como melhor digestão, mais energia, melhores padrões de sono ou uma melhor atitude em relação aos alimentos.
“O fator chave é fazer escolhas que melhor encaixam para si e o fazem sentir bem. Confie que estará com um peso saudável para você”, conclui.