Estreou-se na série “Médico de Família” na SIC, em 1997. Aos 12 anos, já era considerada um talento promissor na representação, mas aos 17, quando os pais se separam, “tudo mudou”. Todas as separações são complicadas, a dos pais, “foi mediática”. Ficou do lado da mãe e via-a entrar em depressão e a consumir droga. Um dia saiu de casa e mete-se por caminhos errados.
Cinco anos depois da sua saída da cadeia, Sara Norte fez revelações sobre o período em que esteve presa em Espanha e como ainda sofre por não se ter despedido da mãe, a atriz Carla Lupi, que morreu no dia 31 de julho de 2012, na sequência de uma luta contra o cancro do pulmão.
“Não estive com a minha mãe na altura em que ela mais precisou, não me pude despedir dela…Não lhe pude pedir desculpa”, confessou lavada em lágrimas em conversa com Daniel Oliveira, no Programa da SIC “Alta Definição”.
Apaixonou-se “por quem não devia”, chegou “a dormir na rua”, por isso a prisão, no Estabelecimento Prisional de Botafuegos, em Algeciras, Espanha, foi a sua salvação. “Se não tivesse sido presa o que seria de mim?”, admitiu, fazendo entender que foi uma chamada de atenção para mudar de vida.
Até o pai, o ator Vítor Norte, com quem não falava há três anos, na primeira visita que lhe fez à cadeia, confessou ter sido uma coisa boa, esse castigo. “Sara, estou contente que estejas aqui, porque não sabia até que ponto eu não iria receber uma chamada a dizer que estavas morta” contou a atriz de 33 anos, dando provas do caminho desviante que tinha na altura.
Quando foi libertada, em junho de 2013, foi para o Algarve, para casa de uns amigos dos pais. Uma das primeiras coisas que fez, foi dar um mergulho. Aprendeu “a dar valor às pequenas coisas”, como a um simples copo de vidro ou a um banho quente.
Pagou pelo que fez, com 16 meses de cadeia por tráfico de droga: “Sou uma mulher livre e tenho direito à vida como as outras pessoas”.
Hoje é uma mulher feliz e apaixonada pela vida e por Vasco Cruz, o companheiro com quem trocou alianças esta semana. “Agora é que conheço realmente o que é o amor”, afirmou, reconhecendo no assistente de produção por quem se apaixonou nos bastidores do filme Fátima, “um príncipe”. “Amo o Vasco com todas as minhas forças”, vincou visivelmente feliz.
Embora apenas trabalhe pontualmente como atriz, não baixou os braços e arranjou um part-time, admitindo ser obcecada pelo trabalho e que vive a vida ao máximo. Gosta de acordar cedo “para aproveitar o tempo”.
“Tenho muita esperança no futuro” terminou, acrescentando que acredita que sua grande oportunidade “ainda há de chegar”.