Por esta altura, poucos serão os que não sabem (ou ouviram falar) em Kylian Mbappé. No Mundial da Rússia, o futebolista sagrou-se campeão ao serviço da França e foi eleito o melhor jovem jogador.
O craque tem apenas 19 anos, mas mostrou, entre tubarões, que tem garra e maturidade para chegar ainda mais longe, tendo sido mesmo o mais novo a bisar num Campeonato do Mundo depois do brasileiro Pelé.
Com a bola nos pés, tudo parece fácil para Mbappé, mas nem sempre foi assim. Filho de imigrantes -a mãe é argelina e o pai é dos Camarões-, o avançado nasceu nos subúrbios de Paris, onde cresceu num meio humilde e longe de imaginar que se iria colocar ao lado dos melhores no futebol.
Crescer na periferia poderia ter sido um obstáculo para um dia o menino prodígio ser alguém, mas a família teve um papel fundamental para a formação do atleta que já tanto dá que falar, tendo começado a treinar aos seis anos e sob o comando do progenitor, Wilfried Mbappé, no AS Bondy onde ficou até aos 13 anos, seguindo depois para o Clairefontaine, o Centro Técnico Nacional francês.
Na hora de se tornar profissional, o jovem declinou os convites do Real Madrid, Chelsea e Bayern de Munique, acabando por se estrear no Mónaco, ficando assim mais perto de casa e dos seus, principalmente do irmão mais novo de quem é muito apegado. E, o ano passado, de novo assediado pelos merengues, preferiu o Paris Saint-Germain, ainda quando dependia da mãe para o levar aos treinos.
Humilde, Mbappé teve, desde muito novo, Cristiano Ronaldo como referência. Era o seu ídolo e até forrou o quarto com posters do português, com quem posou aos 14 anos, quando esteve uma semana a treinar em Madrid. “É o meu herói de infância e foi fantástico conhecê-lo quando visitei Valdebedas”, contou.
A promessa do desporto-rei, entretanto cresceu e está agora a poucos degraus de chegar a CR7, o que não será impossível, pois tem menos 14 anos e tem a mão do mesmo empresário, o superagente Jorge Mendes, por detrás.
Exemplo nos relvados, Mbappé também se destaca fora deles, principalmente por ter decidido doar o dinheiro ganho pela participação no Mundial a instituições de caridade do seu país, além do bónus pela conquista ser dirigido para uma organização que se dedica à solidariedade e cuidados de crianças com deficiências, pois acha que não precisa de receber para defender a sua Pátria.
Nascer pouco antes do Natal de 1998 pode ter um presságio, pois viveu na barriga da mãe o primeiro título mundial dos ‘Bleus’, e é honrando o legado da geração de Zinedine Zidane ou Thierry Henry (com quem até é comparado) que vai galgando metas e atingindo o topo desejado.