Diagnosticado com uma doença degenerativa incurável – paralisia supranuclear progressiva – há cerca de um ano, o ator António Cordeiro mostrou esta tarde, no programa da SIC “Alta Definição”, que quer continuar a trabalhar. Por isso se expôs. “Preciso muito de trabalhar, de sentir que as pessoas gostam de mim”, confessou apesar do cansaço que o consome, vincando a ideia que continua disponível para aceitar novos projetos.
Não só pelo amor à arte, mas também porque o dinheiro lhe faz falta. Vive de poupanças que lhe darão apenas para mais um ano e recusa reformar-se aos 59 anos, pois ainda tem muito para fazer, aprender e ensinar.
Filho único, contou que os pais, de 84 e 85 anos, ficaram “esmagados” com a notícia da sua doença. Não quer morrer antes deles para não lhes dar maior sofrimento.
Casado pela terceira vez, conta com o apoio incondicional da atual mulher, a quem agradeceu emocionado.
Lamenta não ter tido filhos, mas a imprevisibilidade da profissão assustava-o. Agora, “quando me for embora não fica ninguém para me lembrar… Quem é que se vai lembrar de mim? O tipo que vai ao YouTube ver as coisas que eu fiz?”.
Pouco se sabe sobre esta doença rara que o atingiu e para a qual não existe medicação específica. Tenta combater a patologia que lhe vai condicionando progressivamente “a fala e os movimentos” com fármacos dirigidos à doença de Parkinson. E a lutar.
“Quero viver cada momento. Estou a viver este momento como se fosse o mais importante da minha vida. E é”, sublinhou, mostrando na primeira pessoa a fragilidade da vida.