3 Mulheres de palavra: Natália Correia, Maria Armanda Falcão e Snu Abecassis. Fazem revolução.
3 Mulheres, uma série de ficção que, a partir das biografias e da intervenção cultural e cívica da escritora Natália Correia, da editora Snu Abecassis e da jornalista Vera Lagoa (pseudónimo de Maria Armanda Falcão), recorda os últimos anos do Estado Novo entre 1961 e 1973, do início da Guerra Colonial à véspera da Revolução de Abril.
961. Edição e publicação da obra “Cântico do País Emerso”, de Natália Correia pelo escritor e editor Luíz Pacheco. O lançamento ocorre no primeiro bairro da lata de Lisboa, o Bairro da Alegria. Um gesto estético e político numa altura em que o regime ditatorial que governa o país endurece posições.
A jovem nórdica Ebba Merete Seidenfaden, de alcunha Snu (em dinamarquês, “esperta”), visita o país do marido, Vasco Abecassis. Portugal é um país periférico, com uma guerra colonial que acaba de eclodir e a viver sob um regime ditatorial. Todos estes aspetos levam a que Snu fique mais atenta a tudo o que ouve e a formar as suas opiniões. Para isso irá contribuir a observação que faz do próprio ambiente dos Abecassis, como as empregadas (o filho de uma cozinheira parte para a guerra em Angola) e o círculo social (diversificado, mas elitista).
Mariano, um jovem sem os estudos concluídos, mas protegido por um padrinho que trabalha na Censura, candidata-se à PIDE e recebe instrução para entrar nos quadros.
O jornalista e professor José Manuel Tengarrinha é preso. Maria Armanda Falcão, sua mulher, assiste à devassa da sua casa pela Pide.
Pode acompanhar semanalmente “3 Mulheres” na RTP1 às 22h30, a partir de hoje e recordar a vida, a história e os percursos cruzados destas 3 mulheres. Um exemplo de coragem e compromisso com os tempos futuros de um país e de uma sociedade.