Pai de três filhos, Eli, de 12 anos, Matias, de 11, e Gabriel, de 7, o artista angolano revelou que o Matias é o mais especial. O menino foi diagnosticado com autismo por volta dos cinco anos de idade: “O mais difícil foi vermos o nosso filho um, dois, três anos a não produzir uma palavra, um gesto, e ficar parado sentado num sítio sem se deslocar e sem poder comunicar. O mais difícil foi perceber que é uma doença que não tem cura e não se sabe de onde vem. Toda a evolução que foi feita é muito pequena ao lado de respostas que queremos ter”, confessou Matias Damásio este sábado, no programa “Alta Definição”, da SIC.
Não foi fácil descobrir o problema do filho: “O primeiro diagnostico do Matias foi surdez. Até fiz umas digressões, tinha uns trocos e fui para o Brasil e queria fazer um transplante. Cheguei lá e disseram: ‘Não é surdez. O aparelho auditivo dele está ótimo, tem é outro problema’, aí descobrimos que o Matias tem autismo”.
“Nos primeiros dias foi muito complicado, chorámos imenso (…) Uma pessoa preocupa-se sempre. ‘Será que ele vai ter namorada? Será que ele vai ter um crescimento normal? Como é que ele vai viver s, por acaso nós, um dia, não estivermos aqui? Quem é que vai ter a paciência que nos temos?’”, contou, descrevendo a angústia que ele e a mulher, Márcia Carolina, viveram após o diagnóstico.
O Matias passou a ser o centro das atenções da família e é rodeado de amor a toda a hora: “O sorriso do Matias é tudo. Quando o Matias está bem disposto e dá um abraço é como se tivesse ganho o Euromilhões (…) Espero do fundo da minha alma que o Matias esteja a sentir todo o amor que a família tem por ele”.
A doença do filho mudou completamente a sua maneira de ver a vida, afinal, a infância difícil passada no Bairro da Lixeira, em Benguela, não é nada ao lado de “coisas mais complicadas”.
Matias Damásio trocaria todo o sucesso conseguido na sua carreira artística e tudo o que conquistou até hoje, “para ver aquele miúdo normal”. “Tudo o que peço a Deus é poder viver mais tempo para vê-lo crescer e de alguma forma poder apoia-lo… Eu faço um exercício muito grande para que o Matias sinta, e espero do fundo da minha alma, que ele esteja a sentir, todo o amor que a família tem para ele. Como nas consultas dizem que eles às vezes percebem tarde, eu espero que ele tenha noção que eu sou pai dele, que eu o amo com toda a minha alma e o meu coração e que ele é uma das pessoas mais importantes da família”, sublinhou, num testemunho sentido que não deixou ninguém indiferente.