O internacional português está a ser acusado de ter, alegadamente, violado Kathryn Mayorga, a 13 de junho de 2009, num quarto de hotel em Las Vegas.
A norte-americana, hoje professora de 34 anos, na altura era uma aspirante a modelo de 25 e colaborava com a discoteca Rain, em Palms Casino Resorts, onde conheceu o jogador.
O caso foi divulgado na passada sexta-feira, 28 de setembro, pela revista alemã “Der Spiegel”.
De acordo com a história de Kathryn Mayorga, o jogador português convidou-a para uma festa no seu quarto depois de se terem conhecido na discoteca. As coisas começaram a ficar violentas, o jogador agarrou-a violentamente e teve com ela “sexo anal, sem preservativo nem lubrificante“, contou, recordando aquela noite. “Depois de me ter agredido não me deixou ir embora, chamava-me de ‘baby, baby’. Olhou para mim com aquele olhar culpado, quase como se estivesse a sentir mal, eu não me lembro, mas tenho certeza que ele disse ‘desculpa’ ou me perguntou ‘estás ferida?’”
Diz ter chegado a um acordo extrajudicial com CR7 – prometendo manter o silêncio – que envolveu o pagamento de 374 mil dólares (cerca de 324 mil euros), e que nesse dia apresentou queixa à polícia de Las Vegas, sem mencionar o nome de quem a tinha violado por receio das reações dos fãs do jogador.
Kathryn Mayorga foi submetida a na altura a um exame médico, para apurar se tinha sido na realidade vítima de abuso sexual. Um porta-voz do Departamento da Polícia Metropolitana de Las Vegas revelou que as autoridades ainda têm o kit usado para fazer esse exame e que o ADN ainda pode ser retirado.
Entretanto os advogados de Cristiano Ronaldo disseram em comunicado que vão processar a revista germânica, referindo que a publicação “viola os direitos pessoais” do atleta, de forma “excecionalmente séria”. Cristiano Ronaldo assume que existiu sexo “consensual”, mas desmentiu o caso, afirmando tratar-se de “fake news”, e de apenas querem fama à sua custa.
A polícia de Las Vegas já reabriu o processo.
Caso o português seja obrigado a ir a tribunal, enfrenta a possibilidade de prisão efetiva, já que no estado do Nevada, de onde Kathryn é natural, o crime de violação não prescreve.
“Quero dar-lhe uma lição. Obrigá-lo a enfrentar as acusações e confrontá-lo. Não serei eu a pagar os meus tratamentos”, disse Kathryn, que quer obrigar Cristiano a pagar os tratamentos por ter sofrido problemas com o álcool, pensamentos suicidas e perturbações psicológicas.
A mulher, é filha de uma dona de casa e de um bombeiro que sempre a apoiaram. Embora atualmente viva sozinha, Kathryn já foi casada.
De acordo com a cadeia de televisão “Sky Sports”, os advogados da norte-americana já convocaram uma conferência de imprensa para esta quarta-feira, 3 de outubro, na qual irão revelar mais pormenores sobre este caso.
Segundo a publicação alemã que avançou com a matéria, são três as razões que levam Mayorga a falar agora sobre o que calou durante nove anos.
“Primeiro, tem um novo advogado que considera que o acordo de silêncio assinado entre as partes não é válido”, até porque há alegados danos mentais.
A segunda razão parece que o movimento #MeToo a terá encorajado: “O facto de o mundo ter mudado para as mulheres que revelam agora terem sido vítimas de agressão sexual”.
A terceira razão prende-se com o facto de tentar perceber se, no que diz respeito a Cristiano Ronaldo, há ou não outras mulheres que possam ter passado pelo mesmo.
Este caso já tinha sido revelado em 2017 pela revista alemã “Der Spiegel”, com base no documento cedido pela plataforma digital “Football Leaks”. Estava lá o dia, o hotel e o valor que os representantes de Cristiano Ronaldo pagaram, apenas não constava o nome da mulher. Agora, é o mesmo jornal a anunciar a identidade da suposta vítima.