Os advogados que representam a mulher que acusa Cristiano Ronaldo de a ter violado num hotel em Las Vegas há nove anos, explicaram esta quarta-feira em conferência de imprensa, porque decidiram reabrir agora o caso.
“O movimento #MeToo e as mulheres que falaram e expuseram os seus abusos deram a Kathryn muita coragem”, disse Leslie Mark Stovall, que pertence à empresa Stovall & Associates, o escritório de advogados que defende a norte-americana.
When asked if #UMC took any blood samples the day #KathrynMayorga reported the rape, which was on the day it happened, her attorney #LeslieStovall said “they tyipcally do take DNA samples.” #CristianoRonaldo #8NN pic.twitter.com/vH7oCWyRlH
— 8 News NOW (@8NewsNow) 3 de outubro de 2018
Stovall contou, que na altura a sua cliente teve “medo da exposição pública e de ser apontada como alguém que se envolveu em sexo consentido e que depois quis fazer dinheiro”. Depois de o acordo de confidencialidade ter sido assinado, “ela continuou com essas preocupações, embora acreditando que o acordo lhe tinha sido imposto” pelos advogados de Cristiano Ronaldo. A defesa de Kathryn Mayorga argumenta que ela não estava em condições psicológicas para a negociação e que foi coagida a assinar o acordo. “Se, de facto, o tribunal considerar que Kathryn não tinha capacidade para assinar o acordo, então não é válido”, explicou Stovall.
“A decisão de continuar com este caso é, de certa forma, importante, porque ela se está a defender”, sublinhou, encorajando outras mulheres a fazer o mesmo.
O advogado explicou que vai pedir em tribunal uma indemnização que terá em conta não apenas os danos físicos e emocionais causados, a perda de rendimentos, as despesas médicas mas também penalidades estatutárias. Se o júri considerar que as ações de Ronaldo foram cometidas com dolo, a indemnização pode aumentar.
Além de ter acrescentado à queixa apresentada em 2009 novos elementos, entregues entre o final de agosto e o início de setembro deste ano, a defesa da mulher avançou com uma ação cível na justiça do estado do Nevada com o objetivo de anular o acordo de confidencialidade.
O processo movido contra o craque português inclui 11 crimes, entre eles, abuso sexual, coação e fraude, chantagem, conspiração, difamação ou negligência.
O advogado mostrou-se surpreendido pelo facto de em 2009, a polícia de Las Vegas não ter dado seguimento à investigação depois de ter ouvido a queixa, garantindo que “não é verdade” que a mulher não tenha revelado a identidade do jogador na altura. Duas semanas depois dos abusos, Kathryn falou novamente com a polícia e “identificou Cristiano Ronaldo como a pessoa que a tinha violado”, garantiu.
O escritório de advogados Stovall & Associates enviou uma intimação para Cristiano Ronaldo, mas até à data, não receberam nenhuma resposta da parte da equipa jurídica do jogador, explicou Stovall.
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