A apresentadora de televisão, de 47 anos, foi esta sexta-feira convidada do programa da manhã da SIC.
Com uma história de vida impressionante, Liliana Campos fez chorar Cristina Ferreira e possivelmente todos os espetadores que assistiram e se identificaram com ela.
“Tenho sangue de África a correr-me nas veias”, começou por contar Liliana, pois viveu em Nova Lisboa, agora Huambo, mas como nasceu antes do tempo, veio ao mundo na Jamba, na província de Huíla, Angola, “no meio do mato”.
Retornada – como muitos cidadãos portugueses que, entre 1974 e 1976, após a independência das colónias em África tiveram de refugiar-se em Portugal – confessa que “foi muito difícil”. “Os primeiros tempos vivemos no aeroporto, depois fomos para o Hotel Ritz durante 3 anos, com outras famílias na mesma situação”. “Vivíamos dos subsídios que eram dados pelo IARN e do pouco que nos deixaram trazer”, recorda.
Quando o pai morreu, a mãe já tinha 63 anos, ela estava a recibos verdes, a dar os primeiros passos na televisão, “tomei aquela carga da casa para mim”. “O meu pai teve um aneurisma da aorta e partiu em seis horas”.
Quando o pai foi transportado para o hospital, disse-lhe: “Filha, eu vou morrer e tu tens de tomar conta da tua mãe e do teu irmão”. “Tomei aquelas palavras muito a sério. Tenho a certeza que se ele soubesse o peso daquelas palavras ele nunca as teria dito”, sublinhou.
“A minha mãe esteve doente 5 anos, quatro, quase sem se mexer, só mexia os braços”, conta a apresentador com as lágrimas nos olhos, “teve um AVC muito forte”, explicou.
Liliana Campos tornou-se cuidadora, mas “nunca faltei ao trabalho, era o meu escape”. “Estava a passar um momento mau na vida profissional e a ‘Passadeira Vermelha’ foi a minha salvação”, confessa.
Foi-se esquecendo de si, “o ritmo é tão alucinante que não paras para pensar”. “Sempre quis ser mãe”, mas percebeu que já não era possível. “Não consegui ser mãe porque fui adiando a maternidade, porque queria apaixonar-me como me apaixonei pelo Rodrigo. A nossa relação ficou em segundo plano, muitas vezes em terceiro e entrei numa pré-menopausa”.
Dedicou-se à sua mãe, Zena Campos, até ela morrer, em janeiro de 2016. Quando se preparava para iniciar um tratamento de fertilização, entrou em depressão e começou a notar algumas alterações no seu organismo, tais como a irregularidade nas menstruações, estava na pré-menopausa e impossibilitada de ter filhos. O marido, Rodrigo Herédia tem sido um grande apoio e surpreendeu-a no final desta emotiva conversa n’ “O Programa da Cristina”. Veja o vídeo aqui.