Há 45 anos, a operação militar que alteraria o curso da História de Portugal foi desencadeada pela canção “E Depois do Adeus”.
As notícias da revolução foram seguidas através da rádio pelos portugueses onde ouviram as primeiras vozes de liberdade.
Ouviram-se as senhas que secretamente deram o sinal para a saída das tropas dos quartéis na madrugada do dia 25 de abril de 1974. Por volta das 22.55 horas do dia 23, João Paulo Dinis, na antena dos Emissores Associados de Lisboa, pôs no ar “E depois do Adeus”, uma canção com letra de José Niza, música de José Calvário interpretada por Paulo de Carvalho que foi composta para a 12.ª edição do Festival RTP da Canção, do qual sairia vencedora a 7 de março de 1974.
A razão da escolha de “E Depois do Adeus” – que embora o título pareça remeter para o adeus ao regime do Estado Novo, é uma balada de amor – aconteceu por não ter conteúdo político e ser uma música em voga na altura, e não levantaria suspeitas, podendo a revolução ser cancelada se os líderes do MFA concluíssem que não havia condições para a sua realização.
Por isso, o cantor, músico e compositor Paulo de Carvalho, de 71 anos, ficará para sempre ligado à “Revolução dos Cravos”, para orgulho do também famoso filho, Agir.
‘“Sou filho da senha que fez abril nascer”. Hoje é um dia que também é teu, Pai. Viva o 25 de abril e viva a Liberdade...”’, escreveu Agir na legenda da imagem de uma foto que partilhou nas redes sociais, onde aparece ao lado do progenitor, de quem herdou o gosto pela música e pela liberdade.