“Os homens são igualmente frágeis, românticos, chorosos, lacrimosos”
O ator e encenador Paulo Matos, de 58 anos, falou abertamente sobre o fim do seu casamento de 23 anos. Num testemunho sincero e impressionante, o artista mostrou, no “Programa da Cristina”, que um homem também sofre.
“O divórcio é tão mais difícil quanto maior for a expectativa que se criou de uma vida de família completa, total, partilhada e que iria durar para sempre. Quando se sonha muito, o divórcio fica muito difícil“, começou por contar Paulo Matos, sublinhando ter tido um casamento de “muita felicidade e aventuras“. “Foram 23 anos, exceto na reta final, de muita felicidade de muito entusiasmo de muita vida partilhada, crescimento e muitas aventuras. Era um núcleo muito forte”, recordou.
A ex-mulher, mãe dos seus três filhos, apaixonou-se por outra pessoa, “tomou opções diferentes”. “Às vezes o problema mais complicado é quando as opções são involuntárias. O coração dela ficou partilhado, tragicamente partilhado”, revelou.
“Não tenho uma posição demasiado preconceituosa em relação a isso, mas, de facto, a vida torna-se impossível, difícil. Portanto, acreditei sempre no regresso, na reconstrução, e lutei muito por isso com tudo o que pude. Com a tentativa até de emendar erros que pudessem haver do passado“, admitiu.
Apesar de o amor continuar de parte a parte, o desfecho teve de acontecer, depois de muito investimento da parte dele para reconquistar o coração da sua mulher. “A decisão acabou por ser minha, até para proteger os meus filhos que sofriam com o nosso sofrimento. Sou eu que não aguento mais”, lembrou, “isto tem que acabar”, decidiu.
Pensava ter um plano quando saiu de casa com os dois filhos mais velhos e com a guarda partilhada do mais novo, “mas depois, aparece um vazio muito grande, a sensação que não há plano que substituía aquele plano. Um objetivo que “ainda não há”, garante, apesar de já terem passado cinco anos e viver uma relação feliz ao lado de um novo amor. “Não haverá, porque aquele núcleo era insubstituível”, garantiu.
Sofreu muito, chorou e procurou ajuda profissional para lidar com a dor. “Estive durante quase três anos com muito pouca força para reagir“. “Chorei tanto, até nos ombros dos meus filhos“, partilhou.
O amor continua: “Há um amor imenso. Não no presente, não pelo presente. Já quase não a reconheço, não sei, não me lembro. Passaram mais de cinco anos, mas há um amor imenso por aquilo que ela foi para mim. Nunca deixará de existir”.
Reencontrou “tudo, até energias que pensava que já não tinha”, porém, “aquilo que não existe e não existirá mais é estar num novo projeto parecido. E isso é uma mágoa” que não se ultrapassa. Pode rever a entrevista aqui.